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2 REIS

Esse livro dá sequência à narrativa de 1Reis 12 em diante e conta a história da monarquia dividida em dois reinos: Judá, no Sul, e Israel, no Norte, expondo o começo, a índole e o fim de cada reino, além da avaliação de seus atos à luz da Lei de Moisés e o relato da morte e do sepultamento de cada rei.



1 - DEPOIS DA MORTE do rei Acabe, os moabitas se revoltaram contra Israel e proclamaram a sua independência.

2 - Acazias, o novo rei de Israel, tinha caído do terraço do andar de cima do seu palácio em Samaria, e ficou muito machucado. Aflito, mandou mensageiros ao templo do deus Baal-Zebube, em Ecrom, para perguntar se ficaria bom depois da queda que tinha sofrido.

3 - Ao mesmo tempo, um anjo do Senhor apareceu diante do profeta Elias e disse: "Elias, vá falar com os mensageiros do rei Acazias que vieram ao templo do deus Baal-Zebube. Diga a eles que o Senhor Deus quer saber se não há Deus em Israel; se há, por que o rei mandou procurar Baal-Zebube, deus de Ecrom, para uma consulta sobre a sua saúde?

4 e 5 - E diga também que, por causa dessa atitude, o Senhor Deus disse que ele não vai sarar, nem se levantará mais daquela cama; ali mesmo vai morrer." Elias obedeceu sem demora à ordem do anjo do Senhor; procurou os mensageiros do rei, e repetiu a eles as palavras do anjo. Os mensageiros voltaram depressa ao palácio. O rei, com a chegada deles, disse admirado: "Que é isso? Vocês vieram tão depressa! "

6 - Um dos homens respondeu: "Ó rei Acazias, aconteceu que um homem veio ao nosso encontro e nos mandou voltar imediatamente. Disse ele: 'Voltem já e digam ao rei que ele não se levantará mais da cama; ele morrerá, porque deixou de consultar o Deus de Israel, para consultar o deus Baal-Zebube de Ecrom'."

7 - "Quem foi esse homem? Como é ele?" perguntou o rei.

8 - "Era um homem coberto de pelos e usava um cinto de couro bem largo na cintura," responderam. "Ah, já sei quem é. Só pode ser o profeta Elias", disse o rei.

9 - Então o rei Acazias mandou buscar cinqüenta soldados, com seu capitão, e deu ordem a eles para trazerem Elias até o palácio. Eles foram e encontraram Elias calmamente sentado no alto de uma colina. O capitão dos soldados então disse a Elias: "Homem de Deus, por ordem do rei, desce e vamos ao palácio! "

10 - Porém Elias respondeu: "Se eu sou um homem de Deus, que desça fogo do céu e destrua você e todos os seus soldados!" Na mesma hora desceu fogo do céu e destruiu os cinqüenta soldados, e seu capitão.

11 - O rei, vendo que os soldados não voltavam, chamou outro capitão com mais outros cinqüenta soldados, e deu a mesma ordem: "Vão depressa buscar Elias para mim". E este capitão disse também a Elias: "Homem de Deus! desce e vamos depressa ao palácio, por ordem do rei!"

12 - "Se eu sou um homem de Deus," respondeu Elias, "que desça fogo do céu para matar você e os seus soldados!" Então, novamente desceu fogo do céu e matou o capitão e os cinqüenta soldados.

13 - Pela terceira vez o rei mandou outro capitão com outros cinqüenta soldados a fim de buscar Elias. O capitão, sabendo do que havia acontecido antes com os seus companheiros, ajoelhou-se aos pés de Elias e, tremendo, disse: "Homem de Deus, o rei mandou buscá-lo; mas, por favor tenha pena de nós!

14 - Não peça fogo do céu para nos destruir! Tenha misericórdia de nós, e não nos destrua como destruiu aqueles outros. Venha, vamos até ao palácio do rei!"

15 - Então o anjo do Senhor falou a Elias: "Não tenha medo; agora você pode ir com eles até ao palácio para falar com o rei". E Elias foi.

16 - Quando chegaram ao palácio, o profeta falou ao rei: "á rei Acazias, vou repetir as palavras do Senhor: 'Não havia Deus em Israel para ser consultado? Foi por isso que você mandou os mensageiros consultarem o deus Baal-Zebube, de Ecrom? Pois por causa dessa atitude, você não vai mais levantar-se dessa cama; ai mesmo vai morrer.'"

17 - Assim, conforme Deus havia falado pela boca do profeta, morreu o rei Acazias. Como ele não tinha filho para reinar em seu lugar, subiu ao trono o seu irmão Jorão. Isto aconteceu no segundo ano do reinado de Jeroão (filho de Josafá), rei de Judá.

18 - O restante da história do reinado de Acazias está registrado na História dos Reis de Israel.

Capítulo 2

2Reis 2



1 a 2 - ESTAVA CHEGANDO a hora de Elias ser levado ao céu por meio de um redemoinho. Então ele disse ao seu companheiro Eliseu: "Fique você aqui em Gilgal, porque o Senhor me mandou ir a Betel". Ao que Eliseu respondeu: "Em nome do Senhor Deus, não deixarei você ir só. De qualquer maneira, vou com você". E assim seguiram juntos para Betel.

3 - Ao chegarem lá, os jovens profetas que estudavam no seminário de Betel vieram ao encontro de Eliseu e lhe perguntaram: "Eliseu, você sabia que Deus vai levar hoje o seu companheiro Elias para o céu? Você vai ficar só!" "Eu já sei disso," respondeu Eliseu; "não é preciso falar mais nesse assunto."

4 - Então Elias falou a Eliseu: "Fique aqui em Betel; o Senhor me mandou ir a Jericó." E de novo Eliseu respondeu: "Pelo nome do Senhor Deus, não deixarei você ir só. De qualquer maneira, vou com você." E assim foram juntos até Jericó.

5 - Então, também os estudantes do seminário de Jericó vieram ao encontro de Eliseu, e lhe disseram: "Eliseu, você sabe que hoje o seu companheiro Elias será levado ao céu, e que o Senhor o elevará por cima da sua cabeça?" "É claro que sei," respondeu Eliseu; "não se fala mais nesse assunto!"

6 e 7 - E Elias tornou a falar a Eliseu: "Eliseu, fique aqui em Jericó; o Senhor me mandou ir até o rio Jordão". "Ah, Elias", respondeu Eliseu, "ainda torno a repetir: vou com você; de maneira alguma deixarei você ir só." E assim foram juntos e pararam ao lado do rio Jordão, enquanto cinqüenta dos jovens profetas acompanharam os dois até certa distância, e depois ficaram olhando de longe.

8 - Elias, tomando o seu manto, bateu com ele nas águas do rio Jordão, e elas se separaram, formando um caminho por onde os dois passaram, atravessando o rio Jordão a seco.

9 - Quando chegaram à outra margem do rio, Elias disse a Eliseu: "Que darei a você antes de partir? Diga alguma coisa que você deseja". Eliseu respondeu: "Gostaria de ser profeta. Quero, pois, que fique comigo o dom de profecia que você tem, mas quero em dobro."

10 - "Você me fez um pedido difícil, Eliseu," disse Elias; "entretanto, se você presenciar a minha partida para o céu, o seu desejo será atendido; caso contrário, nada receberá."

11 - Eles continuaram a andar, e iam conversando. Mas, de repente, um carro de fogo, com cavalos de fogo surgiu no meio deles e separou os dois; Eliseu, admirado, viu quando Elias era levado ao céu num redemoinho!

12 - Eliseu vendo isso, gritou: "Meu pai! Meu pai! Carros de Israel e seus cavaleiros!" E olhando para o céu não viu mais nada; tudo havia desaparecido. Rasgou então as suas vestes,

13 e 14 - e tomando o manto de Elias, voltou até à margem do rio. Lá chegando, bateu nas águas com o manto, e gritou: "Onde está o Senhor Deus de Elias?" E de novo as águas se separaram, formando um caminho por onde Eliseu passou em seco para a outra margem!

15 - Quando os jovens profetas de Jericó, que olhavam de longe, viram o que aconteceu, exclamaram: "O espírito de Elias ficou com Eliseu!" e vindo ao encontro de Eliseu, curvaram as cabeças e respeitosamente o cumprimentaram.

16 - Depois disseram: "Eliseu, temos aqui cinqüenta homens valentes. Eles podem procurar Elias nas montanhas e nas florestas. Quem sabe se o Espírito do Senhor o levou e deixou em algum lugar? Esses homens valentes irão à procura dele." "Não", respondeu Eliseu; "não façam isso."

17 - Mas os homens pediram, e tornaram a pedir a Eliseu que os deixasse ir. Eliseu, diante de tanta insistência, não teve outro jeito senão deixar que fossem. E os cinqüenta homens procuraram por Elias durante três dias, sem resultado.

18 - Eliseu ainda estava em Jericó quando os homens voltaram. Então disse: "Eu não falei a vocês que não fossem? Eu sabia!"

19 - Ainda em Jericó um grupo formado das autoridades locais foi procurar Eliseu para que ele resolvesse um problema. "Eliseu," disseram eles, "temos um problema. Nossa cidade, como vê, é bonita e está muito bem localizada; porém suas águas não prestam; as mulheres que bebem dessas águas sempre abortam."

20 - "Bem", respondeu Eliseu, "tragam-me um prato novo cheio de sal." Eles fizeram depressa o que Eliseu mandou.

21 - Eliseu, tomando o prato de sal, foi até ao poço que dava água para a cidade, e ali despejou o sal, dizendo: "O Senhor purificou estas águas; as águas da cidade não mais trarão morte, nem provocarão aborto".

22 - E que maravilha! As águas se tornaram puras, conforme as palavras de Eliseu! E assim ficaram para sempre.

23 - Eliseu saiu de Jericó e foi para Betel. Na estrada encontrou-se com alguns meninos da cidade, que começaram a zombar dele, gritando: "Olha o careca! Olha o careca!"

24 - Eliseu, olhando para trás, amaldiçoou os meninos em nome do Senhor. Imediatamente, duas ursas ferozes saíram do bosque e mataram quarenta e dois desses rapazinhos.

25 - Dali Eliseu foi para o monte Carmelo, e, por fim, voltou para Samaria.

Capítulo 3

2Reis 3



1 - FAZIA DEZOITO anos que Josafá era rei de Judá, quando Jorão, filho de Acabe, começou a governar o povo de Israel. O seu governo durou doze anos. A capital de Israel era Samaria.

2 - Jorão foi um homem muito mau, porém seu paí Acabe e também sua mãe foram muito piores do que ele, porque, pelo menos, Jorão derrubou a coluna de Baal que seu pai havia feito.

3 - Apesar disso, ele imitou o grande pecado de Jeroboão (filho de Nebate), que levou o povo de Israel a adorar imagens.

4 - Mesa, rei de Moabe, e seu povo eram criadores de ovelhas. Pagavam a Israel um imposto anual de cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros;

5 - porém, depois da morte de Acabe, o rei de Moabe se revoltou contra o rei de Israel, e não queria mais pagar o imposto.

6 a 8 - Então Jorão, rei de Israel, diante dessa atitude, preparou o seu exército, que ficou de prontidão para lutar contra Moabe. Mandou um recado para Josafá, rei de Judá, dizendo: "Rei Josafá, o rei de Moabe se revoltou contra mim. Quero saber se posso contar com o seu auxílio na guerra contra Moabe" . Josafá respondeu: "Conte comigo, rei Jorão. Os meus soldados e os meus cavalos estão às suas ordens; estaremos unidos na luta contra Moabe. Quais são, porém, os seus planos de guerra?" E Jorão respondeu: "Subiremos pelo caminho do deserto de Edom, de onde partiremos para o ataque".

9 - Assim, os dois exércitos e mais as tropas de Edom seguiram pelo deserto durante sete dias; mas ali não encontraram água para os seus soldados, nem para os seus mulos.

10 - "E agora, o que vamos fazer?" exclamou o rei de Israel. "Parece que o Senhor nos guiou até aqui para perdermos esta guerra, para cairmos nas mãos de Moabe!"

11 Mas Josafá, rei de Judá, perguntou: "Não há um profeta do Senhor entre nós? Se houver, podemos consultá-lo, e ele falará em nome do Senhor, e nos dirá o que devemos fazer." Então um oficial do exército de Israel respondeu: "Eliseu está aqui, Ele era ajudante do profeta Elias."

12 - "Ótimo", respondeu Josafá; "ai está o homem de que precisamos, porque a palavra do Senhor está com ele." E o rei de Judá, o rei de Israel e o rei de Edom saíram para consultar a Eliseu.

13 - Porém Eliseu não queria saber de conversa com o rei Jorão. Falou então com dureza: "Nada tenho a ver com você, rei de Israel; por que não vai consultar os falsos profetas que o seu pai e a sua mãe consultavam?" E Jorão respondeu: "Não! Porque o Senhor é que nos chamou aqui para sermos destruídos pelo rei de Moabe!"

14 - "Se não fosse porque Josafá, rei de Judá, está aqui presente, garanto que não me incomodaria com você," respondeu Eliseu.

15 - "Chamem um músico para tocar alguma coisa." E enquanto o músico tocava o instrumento, veio a Eliseu a mensagem do Senhor.

16 - E ele profetizou: "O Senhor diz que é para abrir muitas e muitas valetas neste vale seco, para que recebam as águas que Ele vai mandar".

17 - Continuou Eliseu: "Ninguém verá chuva nem vento, e mesmo assim este vale se encherá de água bastante para matar a sede de todos vocês e dos animais!

18 - Isto é apenas o começo, pois o Senhor dará a vitória aos reis de Judá, de Israel e de Edom. O rei de Moabe vai perder a guerra!

19 - Além disso, vocês vão conquistar as melhores cidades de Moabe, mesmo aquelas mais fortificadas. Vocês vão destruir com pedras as boas terras que eles têm, vão cortar as boas árvores e vão tapar as fontes de água."

20 - Dito e feito. No dia seguinte, na hora em que se oferecia o sacrifício da manhã - vejam só! Água! água! Água que descia da direção de Edom! Em poucos instantes havia água com fartura!

21 - Enquanto isso, os moabitas souberam que os três reis vinham contra eles. Então o rei de Moabe convocou todos os homens que podiam lutar, tanto velhos como moços; e formou um exército, que ficou de prontidão nas fronteiras.

22 - Mas bem cedinho, na manhã seguinte, o sol batia nas águas, e estas pareciam vermelhas como sangue.

23 - "Sangue! Sangue!" gritaram os moabitas. "Naturalmente os exércitos de Judá, de Israel e de Edom brigaram entre si, e mataram-se uns aos outros! É o sangue deles que corre pelos caminhos nesta direção! Vamos depressa apanhar o que restou!'

24 - E quando chegaram ao acampamento inimigo, o exército de Israel se levantou e atacou com fúria os moabitas, matando e destruindo a muitos; do exército de Moabe, os que puderam, fugiram. Então os soldados de Israel foram na direção da terra de Moabe, destruindo tudo por onde passavam.

25 - Destruíram as cidades; encheram de pedras os campos; entupiram os poços e as fontes de água; derrubaram as árvores que davam frutas; só não destruíram o forte de Quir-Hasete; mais tarde, porém: essa fortaleza foi conquistada pelos que atiravam com fundas.

26 - Quando o rei de Moabe viu que a batalha estava perdida, reuniu setecentos dos seus homens armados e mandou atacar o rei de Edom. Mas de nada adiantou. Eles foram derrotados.

27 - Então o rei de Moabe, desesperado, pegou o seu filho mais velho - o que mais tarde seria rei em seu lugar - matou-o e o ofereceu em sacrifício, em cima do muro da cidade. Então os exércitos de Israel voltaram aborrecidos para suas terras.

Capítulo 4

2Reis 4



1 - CERTO DIA, a esposa de um dos alunos do seminário procurou Eliseu, e contou a ele que seu marido havia morrido. "O senhor sabe que ele era um homem que amava a Deus," disse ela. "Agora ele morreu, e os credores vieram cobrar as dividas dele; se eu não puder pagar, eles vão levar meus dois filhos como escravos."

2 - "E que é que eu posso fazer?" perguntou Eliseu. "Quanto de alimento a senhora tem em casa?" "Não tenho nada, a não ser uma garrafa de azeite," respondeu a mulher.

3 - "Então vá aos vizinhos e amigos, e peça que lhe emprestem muitas vasilhas vazias: garrafas, jarras, potes!" disse o profeta.

4 - "Depois entre em sua casa com seus filhos e feche a porta. E então comece a encher as vasilhas vazias com o azeite que a senhora tem na garrafa, e vá pondo de lado as que estiverem cheias!"

5 - Assim ela fez. Os filhos iam trazendo as vasilhas vazias, uma a uma, e ela ia enchendo e colocando de lado,

6 - Logo todas as vasilhas estavam cheias até à boca! "Tragam mais uma vasilha", disse ela aos filhos. E eles responderam: "Já lhe entregamos todas, mamãe; não há mais nenhuma." Então se acabou o azeite da garrafa!

7 - Ela correu a contar ao profeta Eliseu o que havia acontecido. E ele disse: "Agora vá vender todo o azeite; com o dinheiro a senhora paga as dividas, e ainda sobrará bastante para viver com os seus filhos!"

8 - Certa vez Eliseu passou por Suném, e uma mulher rica e de boa posição na cidade o convidou para almoçar em sua casa. Depois disso, toda vez que Eliseu passava por ali, parava para almoçar ou jantar.

9 - Um dia essa mulher sunamita disse ao marido: "Sabe de uma coisa? Estou certa de que esse homem que vem aqui em casa de quando em quando é um santo profeta.

10 - Vamos fazer um quarto para ele, lá em cima do terraço; colocaremos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um lampião. Assim, quando ele passar por aqui, terá um quartinho para descansar. Concorda?" E assim fizeram.

11 e 12 - Uma vez, o profeta passou por ali e subiu ao quarto para descansar. Então chamou o seu criado Geazi e disse: "Geazi, procure a dona da casa e diga-lhe que eu quero falar com ela." Quando ela chegou,

13 - ele disse ao criado Geazi: "Diga-lhe que nós lhe somos gratos; ela tem sido muito bondosa conosco. Pergunte a ela o que podemos fazer em sinal de nossa gratidão. Se precisar de algum favor do rei ou do comandante do exército, pode nos procurar, que tudo faremos por ela". Mas a mulher respondeu que tudo estava bem com ela.

14 - "O que podemos fazer por ela?" perguntou ele a Geazi logo depois. Então Geazi, depois de pensar um pouco, lembrou: "meu senhor, essa mulher não tem filhos, e o marido dela já é velho".

15 e 16 - "Vá chamá-la outra vez," Eliseu disse ao criado. Quando ela chegou, parou à porta do quarto do profeta, enquanto este lhe falava: "Mulher, escute bem; daqui a um ano, mais ou menos por esta época, a senhora vai ter um filho em seus braços!" Ela, não querendo acreditar, exclamou: "Por favor, homem de Deus, não me fale uma mentira dessas!"

17 - Tudo, porém, aconteceu conforme Eliseu havia dito. No ano seguinte, na época anunciada, a mulher sunamita teve um filho.

18 - Um dia, quando o filho já estava mais crescido, ele saiu para visitar o pai, que trabalhava na colheita com outros homens.

19 - Queixou-se que sua cabeça doía, e logo estava gemendo de dor. O pai disse a um dos seus empregados: "Leve-o depressa para casa, à sua mãe".

20 - Ele levou o menino para casa, e a mãe o segurou ao colo; mas o menino piorou, e lá pelo meio-dia estava morto.

21 - A mãe, aflita, levou o corpo do filho para o quarto do profeta, e o deitou na cama; saiu, deixando a porta bem fechada.

22 - Foi depressa procurar o marido e pediu que lhe preparasse logo uma das jumentas, pois tinha de ir procurar o profeta e voltar depressa.

23 - "Mas por que tem de ser hoje?" perguntou o marido; "hoje não é dia de festa religiosa, nem é o dia de descanso." Porém ela respondeu: "Tem de ser hoje; e é muito importante!"

24 - Assim, ela colocou os arreios na jumenta e, montando, saiu depressa. "Não quero parar em lugar algum, nem mesmo para descansar," disse ela ao criado que acompanhava; "vamos parar, ou andar mais devagar, somente quando eu disser."

25 - Quando se aproximava do monte Carmelo, Eliseu que lá estava avistou a mulher que subia, e disse a Geazi: "Veja quem vem lá! A sunamita, a mulher de Suném, aquela que nos dá hospedagem sempre.

26 - Corra, Geazi, e vá encontrá-la; pergunte a ela se aconteceu alguma coisa; veja se o marido e o filho vão bem." Mas a mulher nada contou ao criado; respondeu que tudo ia muito bem, e continuou o caminho até chegar onde estava o profeta.

27 - Então, curvando-se até ao chão, abraçou-se aos pés do profeta, e chorava. Ao ver isso, Geazi quis tirá-la dali, mas Eliseu lhe disse: "Deixe-a, Geazi; esta mulher está sofrendo muito, e o Senhor ainda não me revelou a causa do seu sofrimento".

28 - Ela então falou: "O senhor me falou que eu ia ter um filho, e eu lhe pedi que não mentisse para mim. Agora veja o que me aconteceu."

29 - Eliseu, compreendendo o que havia acontecido, disse a Geazi: "Ande depressa, pegue o meu cajado, e vá sem parar pelo caminho até à casa desta mulher; toque o rosto do menino com o meu cajado".

30 - Porém a mãe do menino exclamou: "Não, meu senhor; prometi diante de Deus que só voltaria para casa levando o profeta. Portanto, daqui não irei sozinha". Então Eliseu acompanhou a mulher.

31 - Geazi, que havia saído antes deles, chegando à casa da sunamita, colocou o cajado de Eliseu sobre o rosto do menino, conforme o profeta havia dito. Mas não adiantou nada. Geazi foi então encontrar-se com Eliseu, e lhe disse: "O menino ainda está morto".

32 – Quando Eliseu subiu ao quarto, viu que o menino, deitado em sua cama, estava realmente morto.

33 - Então, entrando fechou a porta e ficou só com ele e orou ao Senhor. 34 - Depois se colocou de bruços sobre o corpo do menino; colocou sua boca sobre a boca dele, seus olhos sobre os olhos dele; suas mãos sobre as mãos dele, e sentiu que aos poucos o corpo do menino começava a esquentar!

35 - Então o profeta saiu do quarto e começou a andar de lá para cá, e de cá para lá. Voltou de novo ao quarto, tornou a debruçar-se sobre o corpo do menino e repetiu o que havia feito antes. Então o menino espirrou sete vezes e abriu os olhos!

36 - Eliseu chamou Geazi, e mandou que ele trouxesse a mãe do menino. Ao chegar, ele lhe disse: "Eis ai o seu filho!"

37 - E a mãe, ao ver o filho vivo, caiu aos pés do profeta, em sinal de gratidão. Toda feliz, tomou o menino nos braços e saiu do quarto.

38 - Então Eliseu voltou para Gilgal, onde havia muita miséria e muita gente até passando fome. Um dia, enquanto ele dava uma aula aos jovens profetas, chamou Geazi e mandou que ele preparasse uma sopa para todos eles.

39 - Um dos moços foi ao campo apanhar algumas verduras e legumes para a sopa. Ele não conhecia aqueles vegetais; porém cortou as folhas todas e colocou na panela, preparando assim a sopa para o jantar.

40 - Mas ao tomarem os primeiros bocados, os moços sentiram um gosto esquisito, e perceberam que naquela sopa havia uma planta venenosa.

"Ó homem de Deus, esta sopa está envenenada!" disseram.

41 - "Tragam-me depressa um pouco de farinha", disse Eliseu. E despejou a farinha na panela de sopa. "Agora podem tomar a sopa", disse o profeta. "Não há mais perigo! Não há mais veneno!" E realmente, todos tomaram da sopa, e nada de mal aconteceu a eles.

42 - Num outro dia, quando estavam reunidos outra vez os jovens profetas, um homem chegou de Baal-Salisa, trazendo de presente para Eliseu vinte pãezinhos feitos em casa, e uma sacola cheia de espigas verdes. Eliseu disse a Geazi: "Para a refeição de hoje temos os pãezinhos e as espigas. Pode começar a repartir."

43 - "De que jeito?" perguntou Geazi. "Como é que com vinte pãezinhos e esse tanto de espigas que temos, vamos alimentar os cem rapazes que estão aqui reunidos? Não é possível!" Mas Eliseu disse: "Pode começar a repartir os pães e as espigas; o Senhor falou comigo que haverá pão para todos, com fartura; e ainda haverá sobra!"

44 - E, realmente, assim aconteceu; todos comeram e se fartaram. E houve sobra de pãezinhos e de espigas, conforme a palavra do Senhor .

Capítulo 5

2Reis 5



1 - O REI DA Síria tinha grande admiração por Naamã, o comandante-chefe do seu exército, porque, graças a ele, o seu povo ganhou muitas batalhas. Ele era um grande herói. Porém, sofria de uma doença muito grave; era leproso.

2 - Numa ocasião, as tropas da Síria invadiram a terra de Israel, e trouxeram de lá muitos prisioneiros. No meio deles havia uma menina que foi levada para a casa de Naamã, para ser empregada de sua mulher.

3 - Um dia a menina disse à sua patroa: "Senhora, eu gostaria que o meu patrão procurasse o profeta em Samaria; tenho certeza de que ele ficaria curado da lepra!"

4 - Naamã contou ao rei as palavras da menina, a respeito do poder do profeta em Samaria.

5 - "Vá procurar o profeta," disse o rei a Naamã. "Eu darei a você uma carta de apresentação ao rei de Israel." E assim Naamã partiu, levando a carta e presentes ao rei de Israel. Levou 600 quilos de prata, seis mil siclos de ouro, e dez vestimentas de festa.

6 - Ao chegar lá, entregou a carta ao rei de Israel, que leu: "O portador desta carta é meu servo Naamã; ele é leproso, e vai ai para ser curado dessa doença."

7 - Quando o rei terminou a leitura da carta, ficou desesperado, a ponto de rasgar as suas roupas. E disse gritando: "O rei da Síria me mandou este homem para que eu o cure da lepra! Mas como? Será que ele pensa que sou Deus, com poder de dar ou tirar a vida a alguém? Isto é uma provocação! Ele está procurando um motivo para nos atacar!"

8 - Quando o profeta Eliseu soube que o rei de Israel não sabia como atender à carta do rei da Síria, mandou um mensageiro com este recado: "Ó rei, não é preciso toda essa aflição. Mande Naamã me procurar; ele vai ficar sabendo que em Israel há um verdadeiro profeta de Deus!"

9 - Assim Naamã chegou com seus carros e cavalos, e parou à porta da casa do profeta Eliseu.

10 - E Eliseu mandou um mensageiro falar com Naamã, que ele deveria entrar nas águas do rio Jordão sete vezes para se lavar. E ficaria curado!

11 - Naamã não acreditou nessas palavras; pelo contrário, ficou furioso, e falou com os que ali estavam: "Vejam só, que absurdo! Mandar que eu me lave no rio Jordão! Eu esperava que ele viesse falar comigo; que, pelo menos, movesse as mãos sobre mim, e em nome do seu Deus ordenasse à doença que saísse do meu corpo!

12 - Mas não! Eu, lavar-me no rio Jordão?! Para que isso, se em Damasco há rios muito melhores do que todos os rios de Israel! Temos o rio Abana e o rio Farfar, cujas águas não se comparam com as águas dos rios de Israel. Se é de água de rios que eu preciso, volto para minha terra e me trato lá. E foi embora, revoltado.

13 - Mas os seus oficiais tentaram fazer Naamã mudar de idéia, e lhe disseram: "Senhor, se o profeta mandasse fazer alguma coisa difícil para curar a sua lepra, o senhor faria imediatamente, não é? Mas como ele receitou um remédio tão simples como entrar nas águas do rio Jordão sete vezes, o senhor não acredita?!"

14 - Naamã pensou um pouco e viu que seus oficiais tinham razão. Resolveu obedecer às palavras do profeta. Foi até o rio Jordão e mergulhou nas águas sete vezes; quando saiu da água, depois do sétimo mergulho, viu que a pele do seu corpo estava completamente limpa, sem nenhum sinal de lepra! Finalmente ele estava curado!

15 - Então Naamã, feliz, voltou com os seus companheiros até à casa do profeta e, curvando a cabeça em sinal de respeito, disse: "Agora sei que só em Israel existe o Deus verdadeiro! Estou muito contente e muito agradecido; por isso quero oferecer-lhe um presente."

16 - Mas Eliseu respondeu: "Diante de Deus afirmo que não aceito presente algum." "Por favor", insistiu Naamã, "faço questão de que receba o meu presente!" Mas o profeta continuou: "Já disse e torno a repetir que não aceito presentes".

17 - "Bem," falou Naamã, "que seja assim. Mas, por favor, deixe-me levar de volta duas das minhas mulas carregadas com terra daqui, pois de agora em diante nunca mais oferecerei sacrifícios a outro deus, a não ser o Deus de Israel, o Senhor.

18 - Há, porém, uma coisa que preciso explicar: quando o rei, meu senhor, apoiado em meu braço, entrar no templo do deus Rimom para o seu culto de adoração, e eu também tiver de me curvar, quero que Deus, o Senhor, me perdoe."

19 - "Vá em paz," disse Eliseu. E Naamã começou a sua viagem de volta para casa.

20 - Mas Geazi, o criado de Eliseu, pensou: "Meu senhor, o profeta, não devia deixar ir embora esse homem tão importante, depois de curado, sem receber qualquer coisa em troca! Vou atrás dele e pedirei alguma coisa por minha própria conta" .

21 - E Geazi correu para alcançar Naamã e sua comitiva. Quando Naamã, ao olhar para trás, reconheceu o moço, criado do profeta, parou o seu carro, saltou dele e correu ao encontro de Geazi. "O que aconteceu? Está tudo bem?" perguntou Naamã.

22 - "Sim," respondeu Geazi; "tudo vai bem; mas meu senhor mandou-me dizer-lhe que chegaram dois jovens profetas das colinas de Efraim, e ele gostaria de ter sessenta quilos de prata, e duas vestimentas de festas para oferecera eles."

23 - "Ora, não seja por isso", falou Naamã, contente por poder servir de alguma forma ao profeta; faço questão de mandar cento e vinte quilos de prata, em vez de sessenta. Leve também as duas vestimentas completas." E escolheu, dentre as roupas, as melhores e mais caras. Entregou o dinheiro e as vestes a dois dos seus empregados, para que voltassem com Geazi e entregassem tudo ao profeta.

24 - Mas ao chegarem ao pé da colina onde morava Eliseu, Geazi disse aos empregados de Naamã: "Daqui vocês podem voltar, que eu levo os presentes." Os empregados voltaram. Quando Geazi ficou só, passou na sua casa antes, e escondeu os presentes.

25 - Depois disso, foi até à casa do profeta, que perguntou: "Geazi, onde esteve você? De onde vem você chegando?" "Eu? Não venho de parte alguma, nem estive em lugar algum!" respondeu Geazi.

26 - Mas Eliseu continuou: "Geazi, você não percebe que em pensamento estive com você quando Naamã desceu do carro e foi ao seu encontro? Eu sei de tudo o que você fez. Será que você, numa situação destas, quer receber dinheiro, roupas, terras, plantações de uvas, gado e criados?

27 - Por causa do que você fez, a lepra de Naamã passará para o seu corpo, para o corpo dos seus filhos, netos, bisnetos, e assim por diante." E quando Geazi saiu dali, viu que seu corpo estava coberto de lepra; sua pele se tornou branca como a neve.

Capítulo 6

2Reis 6



1 e 2 - UM DIA OS alunos do seminário disseram a Eliseu: "Mestre, como vê, nosso dormitório aqui é muito pequeno; não temos acomodações boas. Que acha de construirmos um bem grande ao lado do rio Jordão? Lá existe bastante madeira." "Está bem," respondeu Eliseu: "podem ir."

3 - "Então venha conosco," sugeriu um deles. "Eu irei," disse ele.

4 - Chegaram ao Jordão e começaram a derrubar as árvores;

5 - num dado momento, um deles, enquanto trabalhava, deixou escapar da mão o machado, que foi cair justamente dentro da água e afundou. "O que faço agora?" perguntou o rapaz. "O machado nem era meu; eu pedi emprestado para trabalhar!"

6 - "Onde ele caiu?" perguntou o profeta. Mostraram-lhe o lugar. Então Eliseu cortou uma vara e jogou na água, no lugar onde o machado havia afundado. E o machado veio para a superfície da água!

7 - "Apanhe-o," disse o profeta. E o rapaz, estendendo a mão, alcançou o machado e o apanhou.

8 - Uma vez, quando o rei da Síria estava em guerra contra Israel, combinou com os seus oficiais e comandantes um certo lugar para reunir os soldados.

9 - Imediatamente o profeta Eliseu avisou o rei de Israel a respeito do lugar onde se acampariam as tropas do rei da Síria.

10 - O rei de Israel mandou soldados para ver se realmente as tropas do rei da Síria estavam no lugar que o profeta tinha indicado. E viram que era verdade. Com isso eles se livraram de uma derrota. E isso aconteceu diversas vezes.

11 - 0 rei da Síria ficou desconfiado. Como é que o exército de Israel podia descobrir o lugar do seu acampamento? Então ele reuniu os seus oficiais e comandantes, e perguntou: "Qual de vocês é o traidor? Quem esteve informando o rei de Israel sobre os meus planos?"

12 - "Não somos nós, senhor!" respondeu um dos oficiais. "Eliseu, o profeta, é quem descobre os seus planos e conta ao rei de Israel, até as palavras ditas em segredo no seu quarto, a portas fechadas! Ele é profeta!"

13 - "Vão descobrir onde ele está," disse o rei, "e mandaremos soldados para prendê-lo. A informação que o rei recebeu foi esta: "Eliseu está em Dotã."

14 - Então uma noite o rei da Síria mandou um grande exército, com muitos carros e cavalos para cercarem a cidade de Dotã.

15 - Quando o moço, criado do profeta, se levantou pela manhã, ao sair, viu que estavam cercados pelas tropas, carros e cavalos. "Ai, meu senhor, o que faremos agora?" clamou o criado a Eliseu.

16 - "Não tenha medo," disse Eliseu. "Nosso exército é muito maior, e muito mais forte do que o do rei da Síria!"

17 - Então Eliseu orou: "Ó Deus! Abre os olhos do meu auxiliar para que ele veja!" E Deus abriu os olhos do moço, e ele viu a montanha coberta de cavalos e carros de fogo!

18 - Enquanto os soldados inimigos avançavam contra a cidade, Eliseu orou: "Ó Deus, fecha os olhos dos soldados inimigos; que todos fiquem cegos". E assim aconteceu.

19 - Então Eliseu saiu da sua casa, foi ao encontro dos soldados inimigos e lhes disse: "Prestem atenção, soldados! Vocês tomaram o caminho errado; e nem é esta a cidade que vocês querem. Venham comigo e eu levarei vocês ao homem que estão procurando." E Eliseu guiou as tropas inimigas até Samaria!

20 - Assim que chegaram a Samaria, Eliseu orou: "Ó Deus, abre agora os olhos de todos os soldados inimigos para que eles vejam." E Deus abriu os olhos de todos, e assim eles descobriram que estavam na cidade de Samaria, a capital de Israel!

21 - Quando o rei de Israel viu que os inimigos estavam em seu poder, perguntou a Eliseu: "Ó profeta, devo matar a todos agora? Devo matá-los? São os inimigos!"

22 - "De maneira alguma," respondeu Eliseu. "Por acaso é costume matar prisioneiros de guerra? Não; pelo contrário, ofereça a eles alimento para matar a fome, e água para matar a sede; depois, deixe que eles voltem para suas casas."

23 - Assim o rei ofereceu aos soldados uma grande festa, onde houve muita comida, um verdadeiro banquete. Depois despediu a todos para as suas terras, para o seu rei. Eles partiram, e não voltaram mais a invadir a terra de Israel.

24 - Mais tarde, contudo, o rei da Síria tornou a provocar Israel. Esse rei se chamava Ben-Hadade. Ele reuniu um grande exército, e mandou cercar a cidade de Samaria.

25 - Com isso, houve uma grande miséria na cidade, e o povo começou a passar fome. Tudo ficou muito caro, especialmente a comida. Vendiam a cabeça de um jumento por oitenta siclos de prata; até o esterco de pombos era vendido a preço muito alto!

26 a 30 - Um dia, quando o rei de Israel andava pelos muros da cidade, uma mulher gritou: "O rei, meu senhor! ajude-me, por favor! Ajude-me!" "Se o Senhor Deus não quer ajudar, como poderei eu? Não tenho comida, não tenho nada para dar a você. Mas afinal, o que aconteceu? Por que está pedindo socorro?" disse o rei. Ela respondeu: "Eu e esta mulher estávamos morrendo de fome; então combinamos matar nossos filhos para comermos, o meu num dia e o dela no outro dia. Assim fizemos. Matamos ontem o meu filho, e comemos a sua carne. Hoje é o dia de comermos o dela. Mas sabe o que ela fez? Escondeu o filho! É justo isso?" Quando o rei ouviu, ficou tão horrorizado que rasgou suas roupas, em sinal de tristeza. O povo que observava esta cena notou que o rei, debaixo das vestes rasgadas, usava uma roupa feita de pano de saco grosseiro sobre a pele.

31 - "Que Deus me mate, se eu não cortar a cabeça de Eliseu hoje!" disse o rei amargurado.

32 - Eliseu estava sentado em sua casa, presidindo a uma reunião com os homens mais velhos de Israel, quando o rei mandou um mensageiro chamá-lo. Antes, porém, do mensageiro chegar, Eliseu disse aos homens: "Aquele assassino está mandando um homem para me matar. Quando ele chegar, fechem a porta e o deixem do lado de fora, pois o seu senhor certamente virá logo atrás" .

33 - Enquanto Eliseu ainda falava, o mensageiro chegou seguido pelo rei. "O Senhor causou todo este mal", disse o rei. "Como, pois, esperar auxílio da parte de Deus?"

Capítulo 7

2Reis 7



1 - ENTÃO DISSE ELlSEU: "O Senhor diz que amanhã, a estas horas mais ou menos, no mercado de Samaria se venderão nove litros de flor de farinha ou dezoito litros de cevada por um siclo."

2 - Mas o oficial que estava auxiliando o rei, disse. "Tal coisa não poderia acontecer, nem mesmo se o Senhor fizesse janelas no céu!" Eliseu, porém, respondeu: "Você vai ver isso acontecer, mas não poderá comprar nem um pouquinho!"

3 - Ora, havia quatro homens leprosos assentados do lado de fora das portas da cidade. "Por que vamos ficar sentados aqui até morrermos?" perguntavam uns aos outros.

4 - Morreremos de fome se ficarmos aqui, e morreremos de fome se voltarmos para a cidade; talvez seja melhor sairmos e nos entregarmos ao exército sírio. Se eles nos deixarem viver, tanto melhor; se nos matarem, de qualquer maneira teríamos de morrer."

5 - De modo que, ao anoitecer daquele dia eles se dirigiram ao acampamento dos sírios, mas ao chegarem ali, viram que não havia ninguém!

6 - Porque o Senhor fez com que todo o exército sírio ouvisse o barulho de carros em alta velocidade, o barulho de cavalos correndo a galope, e os sons de um grande exército que se aproximava. "Vai ver que o rei de Israel contratou os heteus e os egípcios para nos atacarem," exclamaram eles.

7 - Assim, tomados de medo, eles fugiram durante a noite, abandonando suas tendas, seus cavalos, jumentos e tudo mais no acampamento. Só queriam salvar suas vidas.

8 - Quando os leprosos chegaram à entrada do acampamento, foram de uma tenda à outra comendo, bebendo vinho ç levando embora a prata e o ouro e as roupas que encontravam, para esconder.

9 - Por fim, disseram uns aos outros: "Isto que estamos fazendo não é certo. Esta notícia é maravilhosa, e nós não estamos contando a ninguém! É possível que se esperarmos até ao amanhecer, caia sobre nós alguma calamidade terrível; vamos sair daqui; vamos voltar e contar ao pessoal do palácio".

10 - Voltaram, pois, à cidade e contaram aos guardas o que havia acontecido que eles tinham ido ao acampamento dos sírios, e não havia ninguém lá! Os cavalos e os jumentos estavam amarrados, e as tendas estavam todas em ordem, mas não havia uma viva alma por ali.

11 - Então os guardas gritaram, anunciando a notícia aos que estavam no palácio.

12 - O rei se levantou e disse aos seus oficiais: "Eu sei o que aconteceu. Os sírios sabem que estamos morrendo de fome; por isso eles saíram do acampamento e se esconderam pelos campos, pensando em atrair-nos para fora da cidade. Depois eles nos atacam, prendem-nos como escravos e entram na cidade".

13 - Um dos seus oficiais respondeu: "Seria melhor que mandássemos uns espias para ver. Eles que peguem cinco dos cavalos restantes - se acontecer alguma coisa, aos animais, não será nada pior do que se eles ficarem aqui e morrerem com o resto de nós!"

14 - Encontraram quatro cavalos e dois homens para guiá-los e o rei os enviou para ver aonde tinham ido os sírios.

15 - Seguiram um rastro de roupas e equipamentos por todo o caminho, até ao rio Jordão; na pressa de fugir, os sírios iam jogando essas roupas e esses equipamentos. Os espias voltaram e contaram ao rei o que viram,

16 - e o povo de Samaria correu para o acampamento dos sírios e pegou tudo o que podia pegar. E assim puderam vender nove litros de flor de farinha e dezoito litros de cevada, naquele dia, pelo preço de um siclo, exatamente como o Senhor havia dito!

17 - O rei tinha nomeado seu principal ajudante para dirigir o movimento no portão de entrada, porém naquela correria de gente, ele foi derrubado, pisado e morto. Eliseu havia predito isso no dia anterior, quando o rei foi prendê-lo,

18 - e o profeta disse ao rei que a flor de farinha e a cevada teriam um preço muito barato no dia seguinte.

19 - O oficial do rei tinha respondido: "Tal coisa não poderia acontecer, nem mesmo se o Senhor fizesse janelas no céu!" E o profeta disse: "Você vai ver isso acontecer, mas não poderá comprar nem um pouquinho!"

20 - E não pôde mesmo, porque o povo o derrubou, tendo sido pisado até morrer junto à porta!

Capítulo 8

2Reis 8



1 - ELISEU FALOU àquela mulher cujo filho ele tinha feito reviver: "Pegue a sua família e se mude para algum outro país, porque o Senhor mandou vir a fome sobre Israel, e essa fome vai durar sete anos".

2 - Obedecendo à palavra do homem de Deus, a mulher pegou sua família e foi morar na terra dos filisteus durante sete anos.

3 - Depois que a fome tinha passado, ela voltou à terra de Israel e foi procurar o rei, para ver se conseguia de volta sua casa e sua terra.

4 - No momento em que ela entrou, o rei estava conversando com Geazi, o criado de Eliseu, e dizia: "Conte-me algumas histórias das grandes coisas que Eliseu fez."

5 - E Geazi contava ao rei a respeito da ocasião quando Eliseu fez reviver um menino. Nesse exato momento a mãe do menino entrou, para pedir a devolução da sua casa e do terreno. "Ó, senhor!" exclamou Geazi. "Está aqui agora a mulher, e este é o filho dela - aquele mesmo que Eliseu fez reviver!"

6 - "É verdade isso que ele está contando?" o rei perguntou a ela. E ela lhe disse que era verdade. Então ele deu ordens a um dos seus oficiais para fazer com que tudo quanto ela havia possuído lhe fosse devolvido, e mais o valor de quaisquer colheitas que tivessem colhido durante a ausência dela.

7 - Mais tarde Eliseu foi a Damasco (a capital da Síria), onde o rei Ben-Hadade estava doente, de cama. Alguém disse ao rei que o profeta havia chegado.

8 e 9 - Quando o rei ouviu a notícia, disse a Hazael: "Leve um presente para o homem de Deus, e quando você o encontrar, peça a ele que pergunte ao Senhor se eu vou sarar." De modo que Hazael levou quarenta camelos carregados com os melhores produtos da terra como presente para Eliseu, e disse ao profeta: "Seu filho Ben-Hadade, o rei da Síria, me enviou para perguntar-lhe se ele vai ficar bom".

10 - E Eliseu respondeu: "Pode dizer a ele que certamente vai sarar. Porém o Senhor me mostrou que ele vai morrer, na certa!"

11 - Eliseu olhou firme para Hazael, e olhou tão firme que ele ficou embaraçado, e depois Eliseu começou a chorar.

12 - "O que há com o senhor?" perguntou-lhe Hazael. Eliseu disse: "Eu sei as coisas terríveis que você vai fazer ao povo de Israel: você vai queimar as suas fortalezas, vai matar os jovens, vai esmagar as criancinhas contra as rochas, e vai rasgar os ventres das mulheres que estiverem esperando filhos! "

13 - "Por acaso sou um cão?" perguntou-lhe Hazael. "Eu nunca praticaria essas barbaridades." Porém Eliseu respondeu: "O Senhor me mostrou que você vai ser o rei da Síria".

14 - Quando Hazael voltou, o rei perguntou a ele: "O que o profeta lhe disse?" "Disse que o rei vai sarar," respondeu Hazael.

15 - Mas no dia seguinte, Hazael pegou um cobertor, mergulhou na água e depois o segurou firme sobre o rosto do rei, até que ele morreu sufocado. E Hazael passou a reinar em lugar de Ben-Hadade.

16 - No ano quinto do reinado de Jorão, filho de Acabe, rei de Israel, e sendo Josafá ainda rei em Judá, seu filho Jeorão começou a reinar em Judá.

17 - Jeorão estava com trinta e dois anos de idade quando começou a reinar, e reinou durante oito anos em Jerusalém.

18 - Porém ele era tão perverso quanto Acabe e os outros reis de Israel; até se casou com uma das filhas de Acabe.

19 - Apesar de tudo isso, porque Deus havia prometido a seu servo Davi que vigiaria e guiaria seus filhos Ele não destruiu a Judá.

20 - No reinado de Jeorão, o povo de Edom se revoltou contra Judá e escolheu seu próprio rei.

21 - O rei Jeorão tentou esmagar a revolta, mas não conseguiu. Ele atravessou o rio Jordão e atacou a cidade de Zair, mas foi cercado imediatamente pelo exército de Edom. Protegido pela escuridão da noite, atacou os soldados edomitas, mas seu exército o abandonou e fugiu.

22 - De modo que Edom tem mantido a sua independência até hoje. Libna também se rebelou nessa ocasião.

23 - O restante da história do rei Jeorão está escrito na História dos Reis de Judá.

24 e 25 - Ele morreu e foi sepultado no cemitério real na cidade de Davi - a parte velha de Jerusalém. Então seu filho Acazias se tornou o novo rei; isso aconteceu no ano em que Jorão, filho de Acabe, estava completando doze anos de reinado sobre Israel.

26 - Acazias estava com vinte e dois anos de idade quando começou a reinar, porém só reinou um ano em Jerusalém. Sua mãe era Atalia, neta de Onri, rei de Israel.

27 - Ele foi um rei mau, assim como foram maus todos os filhos do rei Acabe - pois ele era genro de Acabe.

28 - Ele se juntou a Jorão (filho de Acabe), rei de Israel, na guerra que este fazia contra Hazael, rei da Síria, em Ramote-Gileade. O rei Jorão foi ferido na batalha,

29 - por isso ele foi para Jezreel, a fim de descansar e tratar dos ferimentos. Enquanto ele estava lá, Acazias, (filho de Jeorão), rei de Judá, foi visitá-lo.

Capítulo 9

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1 - ENQUANTO ISSO, O Profeta Eliseu chamou um dos jovens profetas. "Apronte-se para ir a Ramote-Gileade", disse Eliseu. "Leve consigo este vaso de óleo,

2 - e procure Jeú (filho de Josafá, filho de Ninsi). Chame-o a uma sala em particular, sem a presença dos amigos,

3 - e despeje o óleo sobre a cabeça dele. Diga que o Senhor o escolheu para ser o rei de Israel; depois corra o mais que puder!"

4 - Conforme lhe foi ordenado, assim fez o jovem profeta. Quando chegou a Ramote-Gileade,

5 - encontrou Jeú sentado com os outros oficiais do exército. "Tenho uma mensagem para o senhor ," disse ele. "Para qual de nós?" perguntou Jeú. "Para o senhor," o moço respondeu.

6 - Então Jeú deixou os outros companheiros e entrou na casa, e o moço despejou o óleo sobre a sua cabeça, dizendo: "O Senhor Deus de Israel diz: 'Com este ato você agora é rei de Israel, o povo do Senhor.

7 - Você deve destruir a família de Acabe; vingará o assassinato dos meus profetas e de todos os meus servos que Jezabel matou.

8 - Toda a família de Acabe deve ser liquidada - todos os do sexo masculino, seja lá quem for.

9 - Destruirei a família de Acabe como destruí as famílias de Jeroboão (filho de Nebate) e de Baasa (filho de Aias).

10 - Os cães comerão a Jezabel, esposa de Acabe, em Jezreel, e ninguém a sepultará.''' Depois ele abriu a porta e saiu correndo.

11 - Jeú voltou a estar com os amigos, e um deles lhe perguntou: "O que esse louco queria? Tudo está bem?" "Vocês sabem muito bem quem era ele, e o que queria," respondeu Jeú.

12 - "Não, não sabemos" disseram. "Conte-nos o que aconteceu." Então ele lhes contou o que o homem tinha dito, e que ele tinha sido escolhido por Deus para ser o rei de Israel!

13 - Imediatamente eles tiraram suas capas e forraram os degraus onde ele pisava com elas; tocaram trombeta e gritaram: "Jeú é rei!"

14 - Foi assim que Jeú, filho de Josafá, e neto de Ninsi, se rebelou contra o rei Jorão. O rei Jorão havia estado com o exército em Ramote-Gileade, defendendo Israel contra as forças de Hazael, rei da Síria.

15 - Mas tinha voltado a Jezreel para tratar dos ferimentos que tinha recebido. "Já que vocês me querem como rei," disse Jeú aos homens que estavam com ele, "não deixem que ninguém escape, e vá a Jezreel relatar o que fizemos."

16 - Então Jeú subiu num carro, e ele mesmo foi a Jezreel para encontrar-se com o rei Jorão, que estava ali ferido. Acazias, rei de Judá, também estava lá, pois tinha ido visitar Jorão.

17 - O vigia da Torre de Jezreel viu Jeú e seu grupo que se aproximavam, e gritou: "Alguém está chegando com uma tropa." "Mande um cavaleiro e descubra se é amigo ou inimigo," respondeu Jorão.

18 - Então um soldado saiu a encontrar-se com Jeú. "O rei quer saber se você é amigo ou inimigo," indagou. "Vem em missão de paz?" Jeú respondeu: "O que você sabe a respeito de paz? Passe para trás de mim!" O vigia avisou ao rei que o mensageiro se encontrou com eles, porém não estava voltando.

19 - Então o rei enviou outro cavaleiro. Ele avançou na direção deles e procurou saber, em nome do rei, se as intenções deles eram de paz ou não. Jeú respondeu: "O que você entende de amizade? Passe para trás de mim!"

20 - "Ele também não está voltando!" exclamou o vigia. "Deve ser Jeú, porque está guiando o carro furiosamente."

21 - "Depressa! Apronte-me um carro!" ordenou o rei Jorão. Então ele e Acazias, rei de Judá, saíram para encontrar-se com Jeú, e o encontraram no campo de Nabote.

22 - O rei Jorão lhe perguntou: "Você vem como amigo, Jeú?" Jeú respondeu: "Como pode haver amizade enquanto as maldades praticadas por sua mãe Jezabel nos rodearem?"

23 - Então o rei Jorão puxou as rédeas dos cavalos, deu uma volta no carro e tratou de fugir. E enquanto fugia, gritava para o rei Acazias: "Há traição, Acazias! Traição!"

24 - Jeú esticou o seu arco com toda a força que tinha e atirou contra Jorão; a flecha acertou nas costas, entre os ombros, e atravessou o coração; Jorão caiu morto no seu carro.

25 - Jeú disse a Bidcar, seu ajudante: "Jogue o corpo dele no campo de Nabote, pois uma vez, quando você e eu íamos atrás de Acabe, o pai dele, o Senhor me revelou esta profecia:

26 - 'Eu me vingarei dele aqui no campo de Nabote, por haver assassinado a Nabote e seus filhos.' Por isso, jogue o corpo dele no campo de Nabote, conforme o Senhor disse."

27 - Enquanto isso, Acazias, rei de Judá, havia fugido pela estrada que vai a Bete-Hagã. Jeú foi atrás dele, gritando: "Atirem nele também". E os soldados atiraram nele, em seu carro, no local onde a estrada sobe para Gur, perto de Ibleão. Acazias conseguiu chegar até Megido, porém morreu ali.

28 - Seus oficiais levaram o seu corpo de carro para Jerusalém, onde o sepultaram no cemitério real.

29 - O reinado de Acazias sobre Judá havia começado no ano doze do reinado de Jorão, rei de Israel.

30 - Quando Jezabel soube que Jeú havia chegado a Jezreel, pintou os olhos, penteou os cabelos e se sentou à janela.

31 - Quando Jeú entrou pelo portão do palácio, ela gritou para ele: "Como vai você hoje, seu assassino! Você, é como o filho de Zinri, que assassinou o seu senhor!"

32 - Ele olhou para cima e viu que ela estava na janela, então gritou: "Quem está do meu lado?" E dois ou três homens de confiança no palácio olharam para ele.

33 - "Joguem essa mulher para baixo!" foi a ordem de Jeú. E eles a jogaram pela janela; o sangue de Jezabel esborrifou pela parede e foi manchar também os cavalos; e ela foi pisada pelas patas dos cavalos de Jeú.

34 - Jeú entrou no palácio para almoçar. Depois do almoço ele disse: "Convém que alguém vá sepultar essa maldita mulher, porque ela é filha de rei."

35 - Mas quando saíram para fazer o enterro, só encontraram a caveira, os pés e as mãos.

36 - Então voltaram e contaram a Jeú o que havia acontecido; ao que ele observou: "É exatamente o que o Senhor disse que ia acontecer. Ele disse ao profeta Elias, que os cães comeriam a carne dela, e que seu corpo se espalharia como esterco no campo, de maneira que ninguém poderia dizer de quem era."

Capítulo 10

2Reis 10



1 - O ENTÃO JEÚ ESCREVEU uma carta para os administradores e autoridades da cidade de Samaria, e para os responsáveis pelos setenta filhos de Acabe, todos esses filhos moravam ali.

2 e 3 - "Ao receberem esta carta, escolham o melhor dos filhos de Acabe para que reine sobre vocês; preparem-se, também, para lutar pelo trono dele; pois vocês têm carros e cavalos, têm uma cidade fortificada e um depósito de armas e munições."

4 - Mas eles ficaram com grande medo de fazer isso. "Dois reis não foram capazes de resistir a este homem! O que nós podemos fazer?" disseram.

5 - Então, o administrador dos negócios do palácio e o prefeito da cidade, juntamente com as autoridades municipais e os responsáveis pelos filhos de Acabe, mandaram a Jeú esta mensagem: "Jeú, somos seus servos e faremos tudo o que você nos ordenar. Já decidimos que você seja nosso rei em lugar de qualquer um dos filhos de Acabe."

6 - Jeú lhes escreveu outra carta, na qual dizia: "Se vocês estão do meu lado e estão prontos a me obedecer, então me tragam, amanhã a estas horas, as cabeças dos filhos do seu senhor; eu estarei esperando em Jezreel." Esses setenta filhos do rei Acabe moravam nas casas dos principais homens da cidade, onde eles foram criados desde a infância.

7 - Quando receberam a carta, fizeram o que ela ordenava: mataram os setenta filhos de Acabe, puseram as suas cabeças em cestos, e as levaram a Jeú em Jezreel.

8 - Veio um mensageiro e disse a Jeú que as cabeças dos filhos do rei haviam chegado, e ele mandou que fizessem com elas dois montões junto à porta de entrada da cidade, e que ficassem ali até à manhã seguinte.

9 e 10 - Pela manhã Jeú saiu e falou à multidão que se havia reunido em torno das cabeças. "Vocês não têm culpa disso," falou ele ao povo. "Eu conspirei contra meu senhor e o matei, porém não matei os seus filhos! O Senhor fez isso, pois tudo quanto Ele diz, Ele cumpre. O Senhor declarou, por intermédio do seu servo Elias, que isto aconteceria aos filhos de Acabe".

11 - Depois Jeú matou o restante dos membros da família de Acabe que estava em Jezreel; e ainda matou todos os seus oficiais de importância, seus amigos pessoais e os seus sacerdotes particulares. Por fim, não sobrou ninguém dos que tinham sido íntimos do rei Acabe."

12 - Então ele partiu para Samaria, e passou a noite numa estalagem de pastor que havia no caminho.

13 - Enquanto estava ali, encontrou uns parentes de Acazias, rei de Judá. "Quem são vocês?" perguntou Jeú. "Somos parentes do rei Acazias. Vamos a Samaria visitar os filhos do rei Acabe e da rainha-mãe, Jezabel."

14 - "Agarrem esses homens," Jeú ordenou aos seus soldados. Ele os levou para junto do poço, e matou todos os quarenta e dois.

15 - Ao deixar a estalagem, encontrou-se com Jonadabe, filho de Recabe, que vinha a fim de encontrar-se com Jeú. Depois de se cumprimentarem, Jeú lhe perguntou: "Você é leal para comigo como sou leal com você?" Sim," respondeu Jonadabe. "Então me dê a sua mão", disse Jeú, e o ajudou a subir no carro real.

16" - Agora venha comigo," disse-lhe Jeú, "e veja o quanto tenho feito para o Senhor." Então Jonadabe o acompanhou.

17 - Quando chegaram a Samaria, Jeú matou todos os amigos e parentes de Acabe, exatamente como Elias havia anunciado, falando em nome do Senhor. Então Jeú mandou chamar todo o povo da cidade para uma reunião, e disse a eles: "Acabe praticamente não adorou a Baal em comparação com a maneira como eu vou adorá-lo!

18 e 19 - Mandem chamar todos os profetas e sacerdotes de Baal, e reúnam todos os seus adoradores. Vejam que todos eles venham, porque nós, os adoradores de Baal, vamos ter uma grande festa para dar louvores a ele. Qualquer dos adoradores de Baal que não comparecer, será morto." Porém o plano de Jeú era um truque para acabar com todos eles.

20 e 21 - Ele enviou mensageiros por toda a terra de Israel, mandando chamar todos os adoradores de Baal; eles vieram e encheram o templo de Baal, desde uma extremidade até à outra.

22 - Ao encarregado da sala de vestimentas ele deu esta instrução: "Veja bem que todos os adoradores usem uma das vestimentas especiais". E assim foi feito.

23 - Então Jeú e Jonadabe, filho de Recabe, entraram no templo de Baal para falar ao povo que ali estava: "Examinem bem para ter certeza de que estejam aqui somente aqueles que adoram a Baal; não deixem entrar ninguém dos que adoram ao Senhor!"

24 - Quando os sacerdotes de Baal começaram a oferecer sacrifícios e a queimar as ofertas, Jeú cercou o templo com oitenta dos seus homens, e disse a eles: "Se algum de vocês deixar escapar alguém, pode estar certo de que vai pagar com a própria vida por isso".

25 - Assim que acabou de sacrificar as ofertas queimadas, Jeú saiu e disse aos seus oficiais e soldados: "Agora entrem e matem todos eles; não deixem que nenhum escape". Eles então mataram a todos, e arrastaram os seus corpos para fora. E os homens de Jeú entraram na parte mais interior do templo,

26 - arrastaram as colunas usadas para adoração de Baal, e puseram fogo nelas.

27 - Derrubaram o templo e o transformaram em sanitários para uso do público, até ao dia de hoje.

28 - Dessa maneira Jeú não deixou nem vestígio de Baal em Israel.

29 - Contudo, ele não destruiu os bezerros de ouro que estavam em Betel e em Dã - este foi o grande pecado de Jeroboão (filho de Nebate), e o resultado disso foi que todo o Israel pecou.

30 - Mais tarde o Senhor disse a Jeú: "Você fez bem em seguir as minhas instruções para destruir toda a família de Acabe. Por causa disto, farei com que seu filho, seu neto e seu bisneto sejam reis de Israel".

31 - Mas Jeú não seguiu o Senhor Deus de Israel com todo o seu coração, pois ele continuou a adorar os bezerros de ouro de Jeroboão, os quais tinham sido a causa de tão grande pecado em Israel.

32 e 33 - Naquele tempo o Senhor começou a diminuir o território de Israel. O rei Hazael conquistou diversas partes do pais a leste do rio Jordão, e também conquistou toda a região de Gileade, de Gade e de Ruben; também conquistou partes de Manassés desde o rio Aroer, no vale de Amom e toda a região de Gileade e Basã.

34 - O restante das atividades de Jeú está registrado na História dos Reis de Israel.

35 - Morreu Jeú e foi sepultado em Samaria; e seu filho Jeoacaz se tornou o novo rei.

36 - No total, Jeú reinou como rei de Israel, em Samaria, durante 28 anos.

Capítulo 11

2Reis 11



1 - QUANDO ATALIA, mãe de Acazias, rei de Judá, soube que seu filho estava morto, matou todos os filhos dele,

2 e 3 - e só não conseguiu matar seu filho Joás, que devia estar com um ano de idade. Joás foi salvo por sua tia Jeoseba, que era irmã do rei Acazias (pois ela era filha do rei Jorão, pai de Acazias). Ela roubou o menino dentre o restante dos filhos do rei que estavam esperando a vez para serem assassinados, e escondeu o menino com sua babá num armazém que havia no templo." Ali ficaram durante seis anos, enquanto Atalia reinava como rainha.

4 - No sétimo ano do reinado da rainha Atalia, o sacerdote Joiada mandou chamar os oficiais da guarda do palácio e os guarda-costas da rainha. Eles se encontraram no templo. Então fez que jurassem guardar segredo, e lhes mostrou o filho do rei.

5 - Depois lhes deu estas instruções: "Uma terça parte dos que entram em serviço no Dia do Descanso devem vigiar o palácio real.

6 a 8 - As outras duas terças partes estarão de guarda no Templo; ficarão junto ao rei, de armas na mão, e matarão todo aquele que tentar romper a defesa, Não saiam de perto do rei, em momento algum".

9 - Assim os oficiais seguiram as instruções de Joiada, Trouxeram á presença de Joiada os homens que iam deixar o serviço do Dia de Descanso, e aqueles que iam entrar de serviço;

10 - ele os armou com lanças e escudos que estavam guardados no depósito do templo; essas armas haviam pertencido ao rei Davi,

11 - Os guardas, de armas na mão, se colocaram de uma ponta até á outra do santuário, e cercavam o altar, para proteger o novo rei.

12 - Joiada trouxe então o jovem príncipe e colocou a coroa na cabeça dele, e lhe deu uma cópia dos Dez Mandamentos. Depois derramou óleo sobre a cabeça dele, na qualidade de rei, Todos bateram palmas e gritaram: "Viva o rei!"

13 e 14 - Quando Atalia ouviu todo esse barulho, correu para o templo e viu o novo rei junto à coluna, como era costume nas cerimônias de coroação, cercado pelos oficiais da guarda, e por muitos tocadores de trombeta; e todos se alegravam e tocavam as trombetas, "Traição! Traição!" gritava a rainha, e começou a rasgar os seus vestidos, como sinal de desespero.

15 - "Tirem essa mulher daqui," Joiada gritou para os oficiais da guarda. "Não a matem aqui dentro do Templo. Matem, porém, todo aquele que tentar salvá-la."

16 - Então eles a arrastaram para os estábulos do palácio, e a mataram ali.

17 - Joiada fez um trato entre o Senhor, o rei e o povo, de que eles seriam o povo do Senhor. Também fez um trato entre o rei e o povo.

18 - Todo o povo se dirigiu para o templo de Baal e o derrubaram. Quebraram os altares, as imagens e mataram o sacerdote de Baal, Matã, em frente do altar. E o sacerdote Joiada pôs guardas no templo do Senhor.

19 - Depois, ele, os oficiais, a guarda e todo o povo conduziram o rei desde o templo, passando pela casa da guarda, e foram para o palácio. E Joás sentou-se no trono do rei.

20 - Todos ficaram felizes por isso, e a cidade voltou à calma, depois da morte de Atalia.

21 - Joás tinha sete anos de idade quando se tornou rei.

Capítulo 12

2Reis 12



1 - SETE ANOS DEPOIS que Jeú reinava sobre Israel, Joás começou a reinar sobre Judá. Reinou em Jerusalém durante quarenta anos. Sua mãe se chamava Zibia, e era de Berseba.

2 - Joás fez o que era direito enquanto ele seguia as instruções do sacerdote Joiada.

3 - Mesmo assim, não destruiu as capelinhas de imagens que havia nas colinas - o povo ainda oferecia sacrifícios e queimava incenso ali.

4 e 5 - Um dia o rei Joás disse ao sacerdote Joiada: "O edifício do templo está precisando de alguns consertos. Vamos fazer assim: sempre que alguém trouxer uma contribuição para o Senhor, seja por tributação regular ou donativo especial, o dinheiro será usado para fazer os consertos necessários".

6 - Mas aconteceu que Joás já estava reinando fazia vinte e três anos, e nada de se fazerem os consertos do que estava estragado.

7 - Então Joás chamou Joiada e os outros sacerdotes, e lhes perguntou: "Por que até agora vocês não fizeram nenhum conserto no templo? De agora em diante vocês não podem mais usar dinheiro para suas próprias necessidades; todo o dinheiro que entrar, deve ser gasto para deixar o Templo em boas condições".

8 - Diante disso, os sacerdotes concordaram em formar um fundo especial para consertos, e o dinheiro destinado a esse fundo não passaria pelas mãos deles, para que não fosse aplicado em atender às suas necessidades pessoais.

9 - O sacerdote Joiada fez um buraco na tampa de uma grande caixa, e colocou essa caixa ao lado direito do altar, na entrada do templo. Ali os porteiros colocavam todas as contribuições do povo.

10 - Sempre que se enchia a caixa, o secretário das finanças do rei e o sumo sacerdote contavam o dinheiro e o colocavam em sacos,

11 e 12 - e o entregavam aos dirigentes da construção para pagar os carpinteiros, os construtores, os pedreiros, os cortadores de pedra, os fornecedores de madeira e também para comprar os outros materiais que fossem necessários para consertar o templo do Senhor.

13 e 14 - O dinheiro não era usado para comprar taças de prata, nem tesouras para cortar pavios, nem bacias, nem trombetas, ou qualquer outro artigo desse tipo, mas apenas para consertos da Casa do Senhor.

15 - Também não se pedia que os dirigentes da construção, que pagavam os trabalhadores, prestassem contas das despesas, pois todos eles eram homens honestos e fiéis.

16 - Contudo, o dinheiro de oferta pela culpa, e o dinheiro de oferta pelos pecados eram entregues aos sacerdotes, para o uso pessoal deles. Esse dinheiro não era depositado na caixa do templo.

17 - Mais ou menos nessa ocasião, Hazael, rei da Síria, fez guerra contra Gate e a tomou; depois ele marchou para Jerusalém, a fim de atacar essa cidade.

18 - O rei Joás pegou todos os objetos sagrados que os reis de Judá antes dele - Josafá, Jeorão e Acazias - haviam consagrado ao Senhor, e também tudo o que ele mesmo havia consagrado, todo o ouro que havia nos cofres do templo e do palácio, e mandou tudo isso para Hazael. Diante disso, Hazael retirou-se e não atacou Jerusalém.

19 - O restante da história de Joás está registrado na História dos Reis de Judá.

20 - Mas os seus oficiais tramaram um plano contra ele, e o assassinaram na sua residência real em Milo, na estrada que vai para Sila.

21 - Os assassinos foram Jozacar, filho de Simeate, e Jozabade, filho de Somer; ambos eram homens de confiança do rei. Joás foi sepultado no cemitério real em Jerusalém, e seu filho Amazias reinou em seu lugar.

Capítulo 13

2Reis 13



1 - JOÁS, FILHO DE Acazias, estava reinando sobre Judá já fazia vinte e três anos quando Jeocaz (filho de Jeú) começou o seu reinado de dezessete anos sobre Israel, em Samaria.

2 - Mas ele foi um rei mau, e seguiu os caminhos perversos de Jeroboão, que havia feito Israel pecar.

3 - Por isso o Senhor ficou zangado com Israel, e permitiu repetidas vezes que Hazael, rei da Síria, e seu filho Ben-Hadade atacassem e conquistassem o povo de Israel.

4 - Porém Jeocaz orou ao Senhor pedindo o seu auxílio, e o Senhor atendeu às suas orações; porque o Senhor viu que o rei da Síria estava castigando demais o povo de Israel.

5 - Por isso o Senhor preparou alguns chefes dentre os israelitas para libertá-los dos maus tratos dos sírios; e então Israel viveu em segurança outra vez, conforme havia vivido em segurança em outros tempos.

6 - Porém eles continuaram a pecar, seguindo os maus caminhos de Jeroboão; e continuaram a adorar a deusa Aserá em Samaria.

7 - Por fim o Senhor reduziu o exército de Jeoacaz a cinqüenta soldados de cavalaria, dez carros, e dez mil soldados de infantaria; porque o rei da Síria destruiu os outros como se eles fossem pó debaixo dos seus pés.

8 - O restante da história de Jeoacaz está registrado na História dos Reis de Israel.

9 e 10 - Jeoacaz morreu e foi sepultado em Samaria, e seu filho Jeoás reinou em Samaria durante dezesseis anos. Ele chegou ao trono no ano trinta e sete do reinado de Joás, rei de Judá.

11 - Mas foi um homem mau, porque, da mesma maneira que Jeroboão, levou o povo a adorar imagens, e fez o povo pecar.

12 - O restante da história de Jeoás, inclusive suas guerras contra Amazias, rei de Judá, tudo se acha escrito na História dos Reis de Israel.

13 - Jeoás morreu e foi sepultado em Samaria, junto aos reis de Israel; e Jeroboão veio a ser o novo rei.

14 - Quando Eliseu estava doente, passando muito mal, quase às portas da morte, o rei Jeoás foi fazer-lhe uma visita, e chorou ao ver o estado em que o profeta se encontrava. "Meu pai! Meu pai! O senhor é a força de Israel!" disse chorando.

15 - Eliseu disse ao rei: "Pegue um arco e umas flechas," e ele fez isso.

16 e 17 - "Abra a janela que dá para o leste," disse o profeta. Disse ao rei para colocar a mão sobre o arco, e Eliseu colocou as suas sobre as mãos do rei. "Atire!" ordenou Eliseu, e o rei atirou. Eliseu proclamou então: "Esta é a flecha do Senhor, vitoriosa sobre o rei da Síria; pois o rei conquistará completamente os sírios em Afeque.

18 - Agora apanhe as outras flechas e atire-as contra o chão." O rei apanhou as flechas e atirou três vezes contra o chão.

19 - Mas o profeta ficou zangado com ele. "Devia ter atirado contra o chão cinco ou seis vezes," exclamou, "pois então teria ferido os sírios até que eles ficassem completamente destruídos: agora será vitorioso somente três vezes."

20 e 21 - Eliseu morreu a seguir e foi sepultado. Naqueles dias havia uns grupos de bandidos moabitas que costumavam invadir a terra todos os anos, na primavera. Certa vez alguns homens que estavam sepultando um amigo viram esses bandidos; então, mais que depressa, jogaram o defunto no túmulo de Eliseu. E logo que o corpo tocou os ossos de Eliseu, o morto reviveu e se pôs em pé!

22 - Durante todo o reinado de Jeoacaz, Hazael, o rei da Síria, oprimiu o povo de Israel.

23 - Porém o Senhor teve misericórdia do povo de Israel, e eles não foram totalmente destruídos. Além de ter compaixão pelo povo, Deus estava cumprindo o trato que havia feito com Abraão, Isaque e Jacó. E continua cumprindo o seu trato.

24 - Morreu Hazael, rei da Síria, e seu filho Ben-Hadade reinou em seu lugar. 25 - O rei de Israel, Jeoás (filho de Jeoacaz), teve muito êxito nas três ocasiões em que reconquistou cidades que seu pai havia perdido para Ben-Hadade.

Capítulo 14

2Reis 14



1 - NO SEGUNDO ANO do reinado de Jeoás, rei de Israel, o rei Amazias começou o seu reinado sobre Judá.

2 - Nesse tempo Amazias estava com vinte e cinco anos de idade, e durante vinte de nove anos reinou em Jerusalém. Sua mãe era Jeoadá, natural de Jerusalém.

3 - Aos olhos de Deus ele foi um bom rei, embora não fosse como seu pai Davi; mas foi um bom rei como seu pai Joás.

4 - Todavia, Amazias não destruiu as capelinhas de imagens nos altos das colinas, por isso o povo ainda sacrificava e queimava incenso ali.

5 - Logo que conseguiu uma posição firme no reino, matou os homens que haviam assassinado o rei, seu pai.

6 - Porém os filhos desses homens ele não matou, pois o Senhor havia determinado pela lei de Moisés que os pais não seriam mortos por causa dos filhos, nem os filhos seriam mortos pelos pecados dos seus pais, cada um deve sofrer o castigo pelos seus próprios pecados.

7 - Uma vez Amazias matou dez mil edomitas no Vale do Sal. Além disso ele conquistou Sela, e mudou o nome desse lugar para Jocteel, como se chama até ao dia de hoje.

8 - Um dia ele mandou um recado ao rei Jeoás, filho de Jeoacaz e neto de Jeú, desafiando aquele rei a reunir o seu exército e vir lutar contra ele.

9 - Mas o rei Jeoás respondeu: "O espinheiro do Líbano exigiu do poderoso cedro: 'Dê a sua filha por esposa ao meu filho'. Mas exatamente nesse momento passava por ali um animal selvagem, pisou no espinheiro e o enterrou no chão!

10 - Você destruiu Edom e está muito orgulhoso por isso; porém o meu conselho é que você se contente com a sua glória e fique em sua casa! Por que provocar desgraça, tanto para você como para Judá?"

11 - Mas Amazias não quis ouvir o conselho, e então o rei Jeoás reuniu o seu exército. A batalha começou em Bete-Semes, uma das cidades de Judá;

12 - Judá foi derrotado e o exército fugiu, indo cada um para sua casa.

13 - O rei Amazias foi preso, e o exército de Israel marchou sobre Jerusalém, derrubaram o muro desde a Porta de Efraim até à Porta da Esquina, uma distância de mais ou menos cento e oitenta metros."

14 - O rei Jeoás prendeu muitas pessoas como reféns; levou todo o ouro e a prata dos cofres do templo e do palácio, e também as taças de ouro. E voltou para Samaria.

15 - O restante da história de Jeoás e de sua guerra com Amazias, rei de Judá, está registrado na História dos Reis de Israel.

16 - Morreu Jeoás e foi sepultado junto aos outros reis de Israel em Samaria. E seu filho Jeroboão reinou em seu lugar.

17 - Amazias viveu quinze anos mais do que Jeoás,

18 - e o restante da história de sua vida está registrado na História dos Reis de Judá.

19 - Em Jerusalém tramaram contra a vida dele, e teve de fugir para Laquis; mas seus inimigos mandaram assassinos atrás dele e o mataram ali. 20 - Seu corpo foi trazido de volta sobre cavalos, e ele foi sepultado no cemitério real, na cidade de Davi, uma parte de Jerusalém.

21 - Então seu filho Azarias, que nessa ocasião estava com dezesseis anos de idade, foi colocado no trono como o novo rei.

22 - Após a morte de seu pai, ele construiu a Elate e a devolveu a Judá.

23 - Enquanto isso, lá em Israel, Jeroboão tinha se tornado rei no ano quinze do reinado de Amazias, rei de Judá. O reinado de Jeroboão durou quarenta e um anos.

24 - Porém ele foi tão mau quanto Jeroboão (filho de Nebate), que fez Israel cometer o pecado da adoração de imagens.

25 - Jeroboão recuperou os territórios que Israel havia perdido entre Hamate e o Mar Morto, exatamente como o Senhor Deus de Israel havia predito por intermédio de Jonas, filho de Amitai, o profeta de Gate-Hefer. 26 Porque o Senhor viu o grande sofrimento de Israel e não havia ninguém para socorrer o povo.

27 - Deus não tinha dito ainda que apagaria o nome de Israel da face da terra, de modo que Ele usou o rei Jeroboão para salvar a nação.

28 - O restante da história de Jeroboão, tudo quanto ele fez, seu grande poder, e suas guerras, e a maneira como recuperou Damasco e Hamate – as quais tinham caído em poder de Judá - isso tudo está registrado na História dos Reis de Israel.

29 - Quando Jeroboão II morreu, foi sepultado junto aos outros reis de Israel, e em seu lugar reinou seu filho Zacarias.

Capítulo 15

2Reis 15



1 a 2 - O NOVO REI de Judá: Azarias. Nome do pai: Amazias, o rei anterior. Nome de sua mãe: Jecolias, natural de Jerusalém. Duração do seu reinado: 52 anos, em Jerusalém. Sua idade ao iniciar seu reinado: 16 anos. Rei em Israel nesse tempo: Jeroboão, que já estava reinando havia 27 anos.

3 - Azarias foi um bom rei, e agradou ao Senhor, assim como seu pai Amazias havia agradado.

4 - Mas, da mesma maneira que os reis anteriores, não destruiu as capelinhas de imagens que havia nas colinas onde o povo oferecia sacrifícios e queimava incenso.

5 - Por causa disto o Senhor o feriu com a lepra, e ele ficou com essa doença até o dia da sua morte. Por isso morava sozinho numa casa. E seu filho Jotão agia em lugar do rei.

6 - O restante da história de Azarias está registrado na História dos Reis de Judá.

7 - Quando Azarias morreu, foi sepultado com seus pais na cidade de Davi, e em seu lugar reinou seu filho Jotão.

8 - Novo rei de Israel: Zacarias. Nome do pai: Jeroboão. Duração do reinado: 6 meses. Reinava em Judá nesse tempo: Azarias, que já era rei pelo espaço de 38 anos.

9 - Zacarias foi um rei mau perante o Senhor, do mesmo modo como foram maus os reis anteriores pertencentes à sua família. Como Jeroboão (filho de Nebate), ele estimulou a Israel no pecado de adoração de imagens.

10 - Então Salum (filho de Jabes) tramou contra a vida dele e o assassinou em Ibleão, e tomou a coroa para si.

11 - O restante da história do reinado de Zacarias encontra-se na História dos Reis de Israel.

12 - Assim se cumpriu a declaração que o Senhor havia feito a Jeú, de que seu filho, seu neto e seu bisneto seriam reis de Israel.

13 - Novo rei de Israel: Salum. Nome do pai: Jabes. Duração do reinado: mês, em Samaria. Reinava em Judá nesse tempo: Uzias, no ano 39 de seu reinado.

14 - Um mês depois que Salum começou a reinar, Menaém, filho de Gadi, veio de Tirza a Samaria, assassinou a Salum e se apossou do trono.

15 - Outros pormenores a respeito do rei Salum e da sua trama estão registrados na História dos Reis de Israel.

16 - Menaém destruiu a cidade de Tifsa e os arredores da cidade, porque os seus moradores se recusaram a aceitá-lo como rei. Matou a população inteira, e mandou rasgar o ventre de todas as mulheres que estavam grávidas.

17 - Nome do novo rei de Israel: Menaém, filho de Gadi. Duração do reinado: 10 anos, em Samaria. Rei de Judá: Azarias, no ano 39 de seu reinado.

18 - Menaém foi um mau rei. Ele adorava imagens. Fez a mesma coisa que Jeroboão I havia feito muitos anos antes, e com isso levou o povo de Israel a cometer esse pecado grave.

19 e 20 - Então Pul, rei da Assíria, invadiu a terra. Contudo, Menaém comprou aquele rei com um presente de sessenta mil quilos de prata. Satisfeito com o presente, ele voltou para sua terra. Menaém arrancou esse dinheiro dos ricos e poderosos, obrigando cada um a pagar cinqüenta siclos de prata como um imposto especial.

21 - O restante da história de Menaém está escrito na História dos Reis de Israel.

22 - Morreu Menaém, e o novo rei foi seu filho Pecaías.

23 - Nome do novo rei de Israel: Pecaías. Nome do pai: Rei Menaém. Duração do reinado: 2 anos, em Samaria. Rei de Judá: Azarias, no ano 50 do seu reinado.

24 - Pecaías foi um mau rei, e continuou a adoração de imagens iniciada por Jeroboão I (filho de Nebate), que levou Israel a cair nesse pecado.

25 - Então Peca, filho de Remalias, general que comandava o exército de Pecaías, com o auxilio de cinqüenta homens de Gileade conspirou contra o rei e o assassinou no palácio em Samaria. Argobe e Arié que estavam com o rei também foram assassinados na revolta. E assim Peca se tornou o novo rei.

26 - O restante da história de Pecaías está registrado na História dos Reis de Israel.

27 - Novo rei de Israel: Peca. Nome do seu pai: Remalias. Duração do reinado: 20 anos, em Samaria. Rei de Judá: Azarias, no ano 52 do seu reinado.

28 - Peca, também, foi um mau rei; seguiu o exemplo de Jeroboão I (filho de Nebate) que levou todo o povo de Israel ao pecado de adorar imagens.

29 - Foi durante o reinado de Peca que Tiglate-Pileser ," rei da Assíria, dirigiu um ataque contra Israel. Ele tomou as cidades de Ijom, Abel-Bete-Maaca, Janoa, Quedes, Hazor, Gileade e a Galiléia, e toda a terra de Naftali, levando o povo como escravo para a Assíria.

30 - Então Oséias, filho de Elá, tramou contra a vida de Peca e o assassinou; tomando o trono para si. Novo rei de Israel: Oséias. Em Judá reinava Jotão (filho de Uzias); fazia 20 anos que ele era rei ali.

31 - O restante da história do reinado de Peca está registrado na História dos Reis de Israel.

32 e 33 - Novo rei de Judá: Jotão. Nome do pai: Rei Uzias. Sua idade quando se tornou rei: 25 anos. Duração do reinado: 16 anos, em Jerusalém.

Nome da mãe: Jerusa (filha de Zadoque). Reinava em Israel nesse tempo: Peca (filho de Remalias); estava no trono fazia dois anos.

34 e 35 - Falando de um modo geral, Jotão foi um bom rei. Como seu pai Uzias, ele fez o que era reto perante o Senhor. Porém não destruiu as capelinhas de imagens que havia no alto das colinas onde o povo oferecia sacrifícios e queimava incenso. Foi durante o reinado de Jotão que se construiu a porta de cima do Templo do Senhor.

36 - O restante da história de Jotão está escrito na História dos Reis de Judá.

37 - Naqueles dias o Senhor levou Rezim, rei da Síria, e Peca, rei de Israel, a atacarem Judá.

38 - Jotão morreu e foi sepultado junto aos outros reis de Judá no cemitério real, na cidade de Davi, uma parte de Jerusalém. Agora o novo rei era seu filho Acaz".

Capítulo 16

2Reis 16



1 - NOVO REI DE Judá: Acaz. Nome do pai: Jotão. Idade: 20 anos. Duração do reinado: 16 anos, em Jerusalém. Aspecto geral do seu reinado: mau. Reinava em Israel nesse tempo: Peca (filho de Remalias), no ano 17 do seu reinado.

2 - Acaz não seguiu ao Senhor conforme seu pai Davi;

3 - Acaz foi tão mau quanto os reis de Israel. Chegou ao ponto de matar seu próprio filho, oferecendo-o como sacrifício queimado aos deuses falsos, seguindo o costume das nações ao redor de Judá - aquelas nações que o Senhor destruiu quando o povo de Israel entrou na terra.

4 - Além disso ele sacrificava e queimava incenso nas capelinhas de imagens que havia nos montes, e nos numerosos altares existentes debaixo das grandes árvores.

5 - Então Rezim, rei da Síria e Peca (filho de Remalias), rei de Israel, declararam guerra a Acaz e cercaram Jerusalém; porém não a conquistaram.

6 - Contudo, naquele tempo, Rezim, rei da Síria retomou a cidade de Elate para a Síria; tirou de lá os judeus e mandou sírios para morar nessa cidade, e até hoje eles moram lá.

7 - O rei Acaz mandou um mensageiro a Tiglate- Pileser, rei da Assíria, pedindo o auxilio desse rei na luta contra os exércitos da Siri a e de IsraeL.

8 - Acaz pegou a prata e o ouro do templo e dos cofres reais, e mandou como pagamento ao rei da Assíria.

9 - Diante disso os assirios atacaram Damasco, a capital da Síria. Levaram embora a população da cidade como escravos para morar em Quir, e mataram Rezim, rei da Síria.

10 - Então o rei Acaz foi a Damasco a fim de encontrar-se com o rei Tiglate-Pileser; enquanto estava ali, viu um altar fora do comum no templo dos deuses daquela cidade. Ele anotou as medidas do altar, fez uma planta e a enviou ao sacerdote Urias com uma descrição detalhada.

11 e 12 - Urias construiu um altar igual àquele de Damasco, seguindo as instruções recebidas. Deixou tudo preparado para o rei. Quando Acaz voltou de Damasco, inaugurou o altar, oferecendo sacrifícios.

13 - O rei apresentou um sacrifício queimado e uma oferta de cereais, despejou sobre ele uma oferta de bebida, e espalhou sobre ele o sangue das ofertas de paz.

14 - Depois retirou o altar de bronze da frente do templo (esse altar estava entre a entrada do templo e o novo altar), e o colocou ao lado norte do novo altar,

15 - Acaz deu instruções ao sacerdote Urias para usar o novo altar para os sacrifícios queimados de manhã, a oferta de cereais da tarde, os sacrifícios queimados e a oferta de cereais do rei, assim como as ofertas do povo, inclusive as ofertas de bebida feitas pelo povo. O sangue dos sacrifícios queimados e dos outros sacrifícios também tinha de ser espalhado sobre o novo altar. Assim, o antigo altar só era usado para os casos de adivinhação. "O altar de bronze", disse o rei, "será apenas para meu uso pessoal."

16 - O sacerdote Urias fez conforme o rei Acaz lhe ordenou.

17 - Depois o rei desmanchou os painéis dos suportes que estavam no templo, retirou as travessas e as pias de água que estavam por cima, retirou o tanque grande que se apoiava nos lombos dos bois de bronze e o colocou num pavimento de pedra.

18 - Em atenção ao rei da Assíria, ele retirou também o corredor para os Dias de Festa que havia construído entre o palácio e o templo.

19 - O restante da história do reinado de Acaz está registrado na História dos Reis de Judá.

20 - Morreu Acaz e foi sepultado no cemitério real, na parte de Jerusalém conhecida como cidade de Davi. E seu filho Ezequias passou a ser o novo rei.

Capítulo 17

2Reis 17



1 e 2 - NOVO REI DE Israel: Oséias. Nome do pai: Elá. Duração do reinado: 9 anos, em Samaria. Aspecto geral do reinado: mau porém não foi tão mau como alguns dos demais reis de Israel. Rei de Judá nesse tempo: Acaz, que já reinava pelo espaço de 12 anos.

3 - Salmaneser, rei da Assíria, atacou e derrotou o rei Oséias, de modo que Israel teve de pagar pesados impostos anuais à Assíria.

4 - Porém o rei da Assíria descobriu que Oséias estava armando uma traição contra ele, porque este pediu a Sô, rei do Egito, que viesse ajudá-lo a livrar-se do poder da Assíria. E ao mesmo tempo Oséias se recusava a pagar o imposto anual à Assíria. Por isso o rei assirio mandou colocá-lo na prisão, amarrado em correntes.

5 - Então, durante três anos, a terra de Israel ficou cheia de soldados assírios que cercavam Samaria, a capital de Israel.

6 - Finalmente, no ano nove do reinado de Oséias, a cidade de Samaria caiu em poder dos assírios, e o povo de Israel foi levado como escravo para a Assíria. Eles foram morar em colônias na cidade de Haia e ao longo das margens do rio Habor, em Gozã, entre as cidades dos medos.

7 - Essa desgraça caiu sobre a nação de Israel porque o povo adorava outros deuses, e assim pecava contra o Senhor seu Deus, que os havia trazido em segurança de sua escravidão no Egito.

8 - Eles adotaram os maus costumes das nações que o Senhor havia expulsado de diante deles.

9 - O povo de Israel também havia feito, em segredo, muitas coisas erradas, e haviam construído altares aos outros deuses, em todas as suas cidades.

10 - Ergueram postes-ídolo e imagens no alto de cada montanha e debaixo das grandes árvores.

11 - Além disso, haviam queimado incenso aos deuses das muitas nações que o Senhor havia expulsado da terra quando Israel entrou. Visto como o povo de Israel praticou muitos atos maus, o Senhor estava muito irado.

12 - Na verdade, eles adoravam imagens, apesar dos avisos repetidos e muito claros do Senhor.

13 - O Senhor tinha repetidamente mandado profetas para avisar Israel e Judá que voltassem de seus maus caminhos. Deus tinha avisado esses povos que obedecessem aos mandamentos que Ele havia dado aos seus pais por intermédio dos profetas,

14 - mas Israel não quis atender. O povo era tão teimoso e desobediente como os seus pais, e não quis acreditar no Senhor como seu Deus.

15 - Rejeitaram as leis de Deus e o trato que o Senhor tinha feito com os seus pais, e fizeram pouco caso dos avisos divinos. Na loucura em que viviam, adoravam imagens de deuses falsos, apesar dos severos avisos de Deus para que não fossem atrás dos pagãos.

16 - Desafiaram todos os mandamentos do Senhor seu Deus, e fizeram dois bezerros de ouro fundido. Fizeram imagens detestáveis, vergonhosas, e adoraram a Baal, ao Sol, à Lua e às estrelas.

17 - Chegaram a ponto de queimar seus próprios filhos e filhas como sacrifício nos altares do deus Moloque; Consultaram os adivinhadores, fizeram uso de mágicas, e se venderam à prática do mal. Por isso o Senhor ficou muito zangado.

18 - O Senhor afastou aquela gente da sua presença, e por fim restou somente a tribo de Judá.

19 - Mas também Judá não quis obedecer aos mandamentos do Senhor seu Deus; também eles andaram nos mesmos caminhos maus que Israel havia andado.

20 - Por esse motivo o Senhor rejeitou a todos os filhos de Jacó. Ele castigou o povo entregando-o nas mãos dos seus inimigos, até que foram destruídos,

21 - porque Israel se afastou do reino de Davi e escolheu a Jeroboão I (filho de Nebate) como seu rei. Jeroboão desviou Israel de seguir o Senhor, fazendo o povo cometer um grande pecado;

22 - e o povo de Israel nunca deixou de praticar os atos maus que Jeroboão levou o povo a cometer,

23 - até que o Senhor, finalmente, os afastou da sua presença, conforme todos os seus avisos dados através dos seus servos, os profetas. Assim Israel foi transportado para a terra da Assíria, onde permanece até ao dia de hoje.

24 - O rei da Assíria trouxe gente da Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim, e pôs essa gente morando nas cidades de Samaria, em lugar do povo de Israel. Estes estrangeiros tomaram posse de tudo.

25 - Mas já que esses habitantes assírios não adoraram ao Senhor assim que chegaram pela primeira vez, o Senhor mandou leões para o meio deles e os leões mataram a alguns dos moradores dali.

26 - Então eles mandaram uma mensagem ao rei da Assíria: "Nós que viemos morar aqui em Israel não conhecemos as leis do Deus da terra, e Ele mandou leões para o nosso meio a fim de nos destruir, porque não adoramos esse Deus."

27 e 28 - Então o rei da Assíria decretou que um dos sacerdotes que foram trazidos de Samaria voltasse para Israel e ensinasse aos novos moradores as leis do Deus da terra. Assim, um deles voltou a Betel e ensinava aos que vieram da Babilônia a maneira de adorar ao Senhor.

29 - Porém esses estrangeiros também adoravam os seus próprios deuses. Eles colocaram seus deuses nas capelinhas de imagens que os israelitas haviam deixado nas colinas de suas cidades.

30 - Os que vieram da Babilônia adoravam as imagens do seu deus Sucote-Benote; os que vieram de Cuta adoravam o seu deus Nergal; e os homens de Hamate adoravam a Asima.

31 - Os deuses Nibaz e Tartaque eram adorados pelo povo de Ava, e a gente que veio de Sefarvaim queimava até seus próprios filhos nos altares dos seus deuses Adrameleque e Anameleque.

32 - Também adoravam ao Senhor, e nomearam dentre eles os sacerdotes que deviam oferecer sacrifícios ao Senhor nos altares do alto das montanhas.

33 - Juntamente com este culto ao Senhor, porém, eles continuaram a adotar os costumes religiosos dos países de onde foram trazidos.

34 - E até hoje continuam assim - seguem suas antigas práticas em vez de adorar verdadeiramente ao Senhor, e obedecer às leis que ele deu aos filhos de Jacó, cujo nome mais tarde foi mudado para Israel.

35 e 36 - Porque o Senhor tinha feito um contrato com eles, e de acordo com esse contrato eles nunca deviam adorar os deuses falsos ou oferecer sacrifícios a esses deuses. Deviam adorar somente ao Senhor que os havia tirado da terra do Egito, com maravilhosos milagres e poder.

37 - Os filhos, netos, bisnetos e todos os que pertenciam à família de Jacó deviam obedecer todas as leis de Deus, e nunca adorar a outros deuses.

38 - Porque Deus tinha dito: "Vocês nunca devem esquecer-se do contrato que fiz com vocês, de nunca adorarem a outros deuses.

39 - Vocês devem adorar somente ao Senhor; assim, Ele salvará vocês de todos os seus inimigos."

40 - Porém Israel não quis atender, e o povo continuou a adorar outros deuses.

41 - Esses homens que vieram da Babilônia adoravam ao Senhor, é verdade, mas também adoravam as suas imagens. E até ao dia de hoje os seus filhos fazem a mesma coisa.

Capítulo 18

2Reis 18



1 a 3 - NOVO REI DE Judá: Ezequias. Nome do pai: Acaz. Duração do reinado: 29 anos, em Jerusalém. Sua idade quando começou a reinar: 25 anos. Nome da mãe: Abi (filha de Zacarias). Aspecto geral do reinado: bom (semelhante ao reinado de seu pai Davi). Rei de Israel nesse tempo: Oséias, filho de Elá, no terceiro ano do seu reinado.

4 - Ele retirou as capelinhas de imagens das montanhas, quebrou em pedaços as colunas, derrubou as vergonhosas imagens de Aserá, e despedaçou a serpente de bronze que Moisés tinha feito, porque o povo de Israel vinha adorando essa serpente e queimava incenso a ela. Neustã foi o nome que deram à serpente.

5 - Ezequias tinha uma grande confiança no Senhor Deus de Israel. Na verdade, nenhum dos reis antes ou depois dele andou tão perto de Deus como ele andou.

6 - Porque ele seguia ao Senhor em tudo, e obedecia cuidadosamente aos mandamentos que Deus tinha dado a Moisés.

7 - Por isso o Senhor estava com ele, e o rei alcançava bons resultados em tudo quanto fazia. Ezequias se rebelou depois contra o rei da Assíria e não quis mais pagar impostos a ele.

8 - Além disso Ezequias venceu os filisteus, chegando até Gaza e seus arredores, destruindo cidades grandes e pequenas, inclusive a cidade fortificada.

9 - Foi no quarto ano do reinado de Ezequias (que era o sétimo ano do rei Oséias em Israel), que Salmaneser, rei da Assíria, atacou Israel e começou a cercar a cidade de Samaria.

10 - Três anos depois (no sexto ano do rei Ezequias e nono ano do rei Oséias de Israel), Samaria caiu em poder dos inimigos.

11 - Foi nesse tempo que o rei da Assíria transportou os israelitas para a Assíria, e os fez morar na cidade de Haia, ao longo das margens do rio Habor em Gozã, e nas cidades dos medos.

12 - Porque eles não quiseram atender ao Senhor seu Deus, ou fazer o que Deus queria que eles fizessem. Em vez de atender, eles não cumpriram o trato feito com Deus e desobedeceram às leis que lhes foram dadas por Moisés, o servo do Senhor.

13 - Mais tarde, no ano quatorze do reinado de Ezequias, Senaqueribe, rei da Assíria cercou e tomou todas as cidades fortificadas de Judá.

14 - O rei Ezequias mandou ao rei da Assíria que estava em Laquis, esta mensagem: "Errei. Estou pronto a pagar tudo o que você exigir, contanto que se retire daqui." O rei da Assíria exigiu um pagamento de 18 mil quilos de prata e 1.800 quilos de ouro."

15 - Para ajuntar toda esta quantia, Ezequias usou toda a prata que estava guardada no Templo e nos cofres do palácio.

16 - E teve ainda de arrancar o ouro das portas do Templo, e dos batentes das portas que ele havia coberto com ouro, e entregou tudo ao rei assirio.

17 - Apesar disso, o rei da Assíria mandou de Laquis seu marechal-de-campo, seu principal tesoureiro, e o chefe do seu estado-maior esses três foram com um grande exército e se acamparam ao longo da estrada que fica ao lado do campo onde os lavandeiros punham a roupa para branquear, perto do abastecimento de água do açude superior.

18 - Exigiram que o rei Ezequias fosse falar com eles. Mas em vez de ir, o rei mandou uma comissão formada dos seguintes homens: Eliaquim, gerente dos negócios reais; Sebna, secretário do rei; e Joá, o homem que escrevia a história do reino.

19 - Então o general assírio mandou este recado ao rei Ezequias: "O grande rei da Assíria diz: 'Ninguém pode salvar você do meu poder!

20 e 21 - Você precisa de mais do que simples promessas de auxílio antes de se revoltar contra mim. Qual, porém, dos seus aliados lhe dará alguma coisa mais do que palavras? O Egito? Se você se apoiar no Egito, vai descobrir que ele não passa de uma vara sem resistência, que se quebra sob o peso do seu corpo e ainda penetra na sua mão. O Faraó do Egito não merece a mínima confiança!

22 - E se você disser: 'Confiamos no Senhor para nos livrar' - lembre-se de que foram os altares desse Deus, que estavam nos altos dos montes, que você destruiu. Pois você exige que todos adorem junto ao altar que está em Jerusalém!'

23 - Eu vou lhe dizer o que você deve fazer: Faça uma aposta com o meu senhor, o rei da Assíria! Se você tiver dois mil homens para montar em cavalos, nós lhe daremos os cavalos!

24 - Ora, com um exército assim pequeno, você não é ameaça nem mesmo para o menor tenente que comanda o menor grupo no exército do meu senhor. Mesmo que o Egito lhe forneça carros e cavaleiros, de nada adiantará.

25 - E acaso você pensa que viemos aqui por nossa própria conta? Não! Foi o Senhor quem nos enviou e nos disse: 'Vão e destruam esta nação'.

26 - Então EIiaquim, Sebna e Joá disseram a eles: "Por favor, falem na língua aramaica, porque entendemos essa língua. E não falem em língua hebraica, porque o povo que está sobre os muros pode ouvir o que vocês falam".

27 - Mas o general assírio respondeu: "Por acaso o meu senhor me enviou a falar somente com vocês e com seu senhor? Pois fiquem sabendo isto: ele me mandou falar também ao povo que está sobre os muros. Pois eles também estão condenados com vocês a comer as suas próprias fezes e a beber a sua própria urina!"

28 - Então o chefe do estado-maior assírio gritou em língua hebraica para o povo que estava sobre os muros: "Ouçam o que diz o grande rei da Assíria:

29 - 'Não deixem que o rei Ezequias engane vocês. Ele nunca poderá salvar vocês do meu poder.

30 - Não deixem que engane o povo fazendo vocês confiarem no Senhor para os livrar.

31 e 32 - Não dêem atenção ao rei Ezequias. Rendam-se! Vocês podem viver em paz aqui na sua própria terra, comendo dos seus próprios frutos e bebendo água dos seus próprios poços, até que eu leve vocês para outra terra igual a esta - com abundância de colheitas, cereais, vinho, oliveiras e mel. Tudo isto em vez de morte! Não dêem atenção ao rei Ezequias, quando ele tenta convencer vocês de que o Senhor vai livrar o povo.

33 - Vocês já viram algum dos deuses das outras nações livrá-las do rei da Assíria?

34 - O que aconteceu aos deuses de Hamate, de Arpade, de Sefarvaim, de Hena e de Iva? Acaso eles livraram Samaria?

35 - Qual o deus que alguma vez pôde livrar qualquer nação do meu poder? Diante disso, o que faz vocês pensarem que o Senhor pode salvar Jerusalém?"

36 - Porém o povo que estava sobre os muros ficou em silêncio, porque o rei lhes tinha dado ordens para não falar nada.

37 - Então Eliaquim, filho de Hilquias, gerente dos negócios reais, e Sebna, secretário do rei, e Joá (filho de Asafe), o historiador do reino apresentaram-se ao rei Ezequias, com suas roupas rasgadas, e contaram a ele tudo o que o general assírio tinha dito.

Capítulo 19

2Reis 19



1 - QUANDO O REI Ezequias ouviu o relatório desses homens, rasgou as suas roupas e se cobriu com um pano de saco e foi ao templo a fim de orar.

2 - Depois disse a Eliaquim, a Sebna e a alguns dos sacerdotes mais velhos que se cobrissem de pano de saco e fossem à casa do profetas Isaías (filho de Amós), e lhes dessem este recado:

3 - "O rei Ezequias manda dizer: 'Este é um dia de dificuldade, de insulto e de desonra. É como se uma criança estivesse pronta para nascer e a mãe não tivesse forças para dá-la à luz.

4 - Mas pode ser que o Senhor seu Deus tenha ouvido o general assírio desafiando o Deus vivo, e Deus o repreenda. Ó Isaías, ore a Deus em favor dos poucos de nós que restamos.'''

5 e 6 - Isaías respondeu: "Assim diz o Senhor: 'Diga a seu senhor para não ficar preocupado com as zombarias dos assírios contra Mim.'

7 - Porque o rei da Assíria receberá más notícias de casa, e resolverá voltar; e o Senhor tomará providências para que ele seja morto quando chegar lá."

8 - Então o general assírio foi procurar seu rei em Libna, porque recebeu aviso de que o rei tinha saído de Laquis.

9 – Logo depois o rei recebeu notícia de que Tiraca, rei da Etiópia, vinha atacá-lo. Antes de sair para enfrentar o ataque, ele mandou este recado ao rei Ezequias:

10 - "Não se deixe enganar por esse Deus em quem você confia. Não acredite quando ele diz que não vou conquistar Jerusalém.

11 - Você bem sabe o que os reis da Assíria fizeram por onde quer que passaram; destruíram tudo, sem deixar nada. Por que você seria tratado de modo diferente?

12 - Por acaso os deuses das outras nações as livraram? Não sabe o que aconteceu a nações como Gozã, Harã, Rezefe e Éden, na terra de Talassar? Os que foram reis da Assíria antes de mim destruíram todas elas! 13 - O que aconteceu ao rei de Hamote e ao rei de Arpade? E onde estão os reis de Sefarvaim, de Hena e de Iva?"

14 - Ezequias pegou a carta das mãos dos mensageiros, leu-a, e foi ao templo; ali abriu a carta e a colocou diante do Senhor.

15 - Depois fez esta oração: "Ó Senhor Deus de Israel, que está assentado em seu trono muito acima dos anjos; só o Senhor é o Deus de todos os reinos da terra. O Senhor fez os céus e a terra.

16 - Peço-lhe, ó Senhor, que se incline e ouça esta oração. Abra os seus olhos, Senhor, e veja o que está acontecendo. Escute as palavras com as quais Senaqueribe está desafiando o Deus vivo.

17 - Senhor, é verdade que os reis da Assíria destruíram todas aquelas nações,

18 - e queimaram suas imagens. Mas essas imagens não eram deuses de forma alguma. Foram destruídas porque esses deuses eram apenas coisas que os homens fizeram de madeira e de pedra.

19 - Ó Senhor nosso Deus, rogamos que nos salve do poder desse rei; então todos os reinos da terra vão saber que só o Senhor é Deus."

20 - Isaías mandou então este recado a Ezequias: "Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: 'Ouvi o seu pedido a respeito do rei Senaqueribe!

21 - E esta é minha resposta àquele rei: A virgem filha de Sião não tem medo de você! A filha de Jerusalém se ri de você.

22 - A quem você desafiou? E de quem você blasfemou? E a quem você se dirige com tanta arrogância? Tudo isso você faz contra o Santo de Israel!

23 - Você conta vantagem, dizendo: "Meus carros conquistaram as mais altas montanhas; subiram até aos picos do Líbano. Derrubei os cedros mais altos e os ciprestes mais bonitos, e cheguei a conquistar até às mais distantes fronteiras.

24 - Tenho bebido água bem fresquinha dos muitos poços que conquistei, e destruí a força do Egito simplesmente com a minha passagem por ali!"

25 - "'Por que não reconheceu, muito tempo antes de isto acontecer, que Eu, o Senhor, é que decretei que você faria estas coisas? E agora, Eu faço executar minha decisão de que você ia conquistar todas aquelas cidades fortificadas!

26 - Por isso, é claro, as nações que você conquistou não tinham poder contra você! Elas eram como o capim nos campos, que se enruga quando o sol é muito quente, e como o cereal que fica queimado antes de amadurecer.

27 - Eu sei tudo a seu respeito. Conheço todos os seus planos, e sei aonde vai logo em seguida; e também sei das coisas ruins que você falou de Mim. 28 - E por causa da sua raiva e arrogância contra Mim, vou pôr um anzol no seu nariz e freio na sua boca, e vou fazer você voltar pelo mesmo caminho por onde veio.

29 - Esta é a prova de que vou fazer conforme prometi: Este ano o meu povo comerá o trigo que nasce no campo, sem que ninguém o tenha plantado, e usará esse trigo como semente para a colheita de próximo ano; e no terceiro ano vão ter colheita com fartura.

30 - "'Ó meu povo de Judá, aqueles de vocês que escaparam da destruição causada pelo cerco ainda se tornarão numa grande nação; vocês terão raízes profundas no solo, e darão fruto para Deus.

31 - Uma parte restante do meu povo se tornará forte em Jerusalém. O Senhor vai cuidar para que isto aconteça.

32 - "'E minha ordem com referência ao rei da Assíria é que ele não entrará nesta cidade. Ele não a enfrentará com escudo, nem construirá uma rampa para subir nos muros, nem mesmo atirará uma flecha contra ela.

33 - Ele voltará pela mesma estrada por onde veio, sem entrar,

34 - pois Eu defenderei e salvarei esta cidade por amor do meu nome e por amor do meu servo Davi.'"

35 - Naquela mesma noite o anjo do Senhor matou a cento e oitenta e cinco mil soldados assírios, e quando amanheceu o dia, os que não tinham morrido puderam ver os corpos dos companheiros espalhados por toda parte.

36 - Então o rei Senaqueribe foi embora para sempre; voltou para Nínive e ficou ali;

37 - e aconteceu que enquanto ele adorava no templo do seu deus Nisroque, seus filhos Adrameleque e Sarezer o assassinaram. Eles fugiram para a região leste da Turquia - a terra de Ararate - e seu filho Esar-Hadom veio a ser o novo rei.

Capítulo 20

2Reis 20



1 - ACONTECEU QUE Ezequias ficou muito doente; sua doença era mortal. O profeta Isaías foi fazer uma visita ao rei, e lhe disse: "Ponha seus negócios em ordem e prepare-se para morrer. O Senhor diz que você não vai sarar dessa doença."

2 - Então Ezequias virou o rosto para a parede e orou, dizendo:

3 - "Ó Senhor, lembra-se de como sempre tentei obedecer às suas ordens e agradá-Lo em tudo o que faço..." Então ele caiu em desespero e chorou.

4 - Assim, antes que Isaías saísse do pátio, o Senhor falou a ele outra vez.

5 - "Volte à presença de Ezequias, o dirigente do meu povo, e diga a ele que o Senhor Deus de seu pai Davi ouviu a sua oração e viu as suas lágrimas. Vou curá-lo, e de hoje a três dias ele sairá da cama e irá à Casa do Senhor!

6 - Vou dar a ele mais quinze anos de vida, e também vou livrar das mãos do rei da Assíria a ele e a esta cidade. E tudo isso será feito para a glória do meu nome e por amor do meu servo Davi."

7 - Então Isaías deu instruções a Ezequias para ferver alguns figos secos, fazer uma pasta com esses figos e depois espalhá-la sobre a ferida. Ele fez isso e sarou!

8 - Enquanto preparavam a pasta, o rei Ezequias disse a Isaías: "Faça um milagre para me provar que o Senhor vai me curar e que eu poderei ir ao templo de hoje a três dias".

9 - 'Está bem, o Senhor vai dar a você uma prova", disse Isaías. "Você quer que a sombra do relógio do sol caminhe dez pontos para a frente ou dez pontos para trás? "

10 - "A sombra sempre caminha para a frente," respondeu Ezequias; "faça-a caminhar para trás."

11 - Então o profeta Isaías pediu ao Senhor que fizesse isto, e ele fez a sombra andar dez pontos para trás, no relógio de sol de Acaz!

12 - Nesse tempo Merodaque-Baladã, filho de Baladã, rei da Babilônia, mandou representantes com saudações e um presente para Ezequias, porque soube da enfermidade do rei.

13 - Ezequias recebeu com agrado esses representantes e lhes mostrou todos os tesouros que ele possuía, a prata, e ouro, as sementes cheirosas, os óleos perfumados, o depósito das armas - tudo, tudo.

14 - Então Isaías foi ver o rei Ezequias e perguntou: "O que esses homens querem? De onde vieram?" "Vieram de longe, da Babilônia," respondeu Ezequias.

15 - "O que eles viram no seu palácio?" perguntou Isaías. E Ezequias respondeu: "Viram tudo ali. Eu lhes mostrei todos os meus tesouros".

16 - Então Isaías disse a Ezequias: "Preste atenção à palavra do Senhor:

17 - Virá o tempo quando tudo o que existe neste palácio será levado para a Babilônia. Todos os tesouros de seus pais serão tomados - não ficará coisa alguma.

18 - Alguns dos seus próprios filhos serão levados embora, e serão transformados em eunucos para servirem ao palácio do rei da Babilônia."

19 - "Está bem," respondeu Ezequias, "se isto é o que o Senhor deseja, é bom." Mas realmente ele pensava: "Pelo menos haverá paz e segurança durante o restante de minha vida!"

20 - Os demais atos da história de Ezequias e de suas grandes realizações - inclusive o açude e a canalização que ele fez, e como trouxe água para a cidade, estão registrados na História dos Reis de Judá.

21 - Morreu Ezequias, e seu filho Manassés reinou em seu lugar.

Capítulo 21

2Reis 21



1 - NOVO REI DE Judá: Manassés. Sua idade quando começou a reinar: 12 anos. Duração do reinado: 55 anos, em Jerusalém. Nome da sua mãe: Hefzibá. Aspecto geral do reinado: mau. Ele fez as mesmas coisas que faziam aquelas nações que o Senhor expulsou da terra, para dar lugar ao povo de Israel.

3 a 5 - Ele reconstruiu as capelinhas de imagens nos altos das montanhas que seu pai Ezequias havia destruído. Construiu altares para o deus Baal e fez uma imagem vergonhosa de Aserá, assim como havia feito Acabe, rei de Israel. Os altares do deus Sol, a deusa Lua e aos deuses das estrelas foram colocados no próprio templo do Senhor - naquela mesma cidade e naquele mesmo prédio que o Senhor tinha escolhido para honra do seu próprio nome.

6 - Ele sacrificou a um dos seus filhos como sacrifício queimado sobre um altar de deus falso! Praticou a magia negra e fazia uso da adivinhação; freqüentava os médiuns e os feiticeiros. Por isso o Senhor ficou muito zangado, pois Manassés era um homem mau diante de Deus.

7 - Manassés chegou ao ponto de colocar uma imagem vergonhosa de Aserá dentro do templo - naquele mesmo lugar a respeito do qual o Senhor tinha falado a Davi e Salomão quando disse: "Colocarei o meu nome para sempre neste templo e em Jerusalém - a cidade que escolhi dentre todas as cidades das tribos de Israel.

8 - Se o povo de Israel obedecer às instruções que Eu lhes dei por intermédio de Moisés, nunca mais os expulsarei da terra dos seus pais."

9 - Porém o povo não deu atenção à palavra do Senhor, e Manassés os levou a fazer coisas ainda piores do que as nações vizinhas haviam feito, muito embora o Senhor tivesse destruído aquelas nações por causa da sua maldade quando o povo de Israel entrou na terra.

10 - Então o Senhor falou por intermédio dos profetas:

11 - "Visto que o rei Manassés fez estas coisas más e ele é mais perverso ainda do que os amorreus que estiveram nesta terra há muitos anos, e visto que ele levou o povo de Judá a praticar a adoração de imagens:

12 - vou trazer males tão grandes sobre Jerusalém e Judá, que os ouvidos daqueles que ouvirem a respeito desses males vão tinir de horror.

13 - Farei com que os reis de Israel conquistem Jerusalém, e eliminarei Jerusalém como um homem limpa um prato e depois o vira de boca para baixo, para secar.

14 - E rejeitarei mesmo aqueles poucos que restarem do meu povo, e os entregarei nas mãos de seus inimigos.

15 - Pois eles fizeram perante Mim o que era mau, e provocaram a minha ira desde que tirei os seus pais do Egito".

16 - Além da adoração de imagens, que é uma prática que Deus não tolera e que Manassés levou o povo a cometer, ele assassinou um grande número de pessoas inocentes. E Jerusalém, desde uma ponta até à outra, estava cheia dos corpos das suas vítimas.

17 - O restante da história do reinado cheio de pecados de Manassés está registrado na História dos Reis de Judá.

18 - Ao morrer, ele foi sepultado no jardim do seu palácio em Uzá, e seu filho Amom se tornou o novo rei.

19 e 20 - Nome do novo rei de Judá: Amom. Idade que ele tinha quando começou a reinar: 22 anos. Duração do reinado: 2 anos, em Jerusalém Nome da mãe: Mesulemete (filha de Haruz, de Jotbá). Aspecto geral do reinado: mau.

21 - Ele fez todas as coisas más que seu pai tinha feito: adorou as mesmas imagens,

22 - e virou as costas para o Senhor Deus de seus pais. Não quis saber de ouvir as instruções de Deus.

23 - Mas os seus auxiliares tramaram contra a vida dele e o mataram no palácio.

24 - Então um bando de civis matou todos os assassinos, e colocou no trono a Josias, filho de Amom.

25 - O restante da história da vida de Amom está registrado na História dos Reis de Judá.

26 - Foi enterrado numa sepultura no jardim de Uzá, e em seu lugar reinou seu filho Josias.

Capítulo 22

2Reis 22



1 - NOVO REI DE Judá: Josias. Sua idade no início do reinado: 8 anos. Duração do reinado: 31 anos, em Jerusalém. Nome da mãe: Jedida (filha de Adaías, de Bozcate). Aspecto geral do reinado: bom; pois ele seguiu os passos de seu pai Davi, obedecendo ao Senhor em tudo.

3 e 4 - No ano dezoito do seu reinado, o rei Josias mandou seu secretário Safã, filho de Azalias e neto de Mesulão ao templo a fim de dar estas instruções a Hilquias, o sumo sacerdote: "Recolha o dinheiro dado aos sacerdotes à porta do templo quando o povo vem para adorar.

5 e 6 - Dê esse dinheiro aos dirigentes da construção, de maneira que eles possam contratar carpinteiros e pedreiros para fazerem os consertos no templo, e comprar madeira e pedra".

7 - Os dirigentes da construção não eram obrigados a fazer o registro das despesas e prestar contas, porque eram homens honestos.

8 - Um dia o sumo sacerdote Hilquias foi ver Safã, o secretário do rei, e exclamou: "Descobri um livro no templo, e esse livro contém as Leis de Deus!" O livro foi entregue a Safã para ler.

9 e 10 - Quando Safã relatou ao rei acerca do andamento das obras de conserto do templo, ele também mencionou o livro que Hilquias encontrou. Então Safã leu o livro para o rei.

11 - Quando o rei ouviu o que estava escrito no livro, ficou tão apavorado que rasgou as suas roupas.

12 e 13 - Mandou que o sumo sacerdote Hilquias, e Safã, e Asaías, ajudante do rei, e Aicão (filho de Safã), e Acbor (filho de Micaías) perguntassem ao Senhor: "O que devo fazer? Porque não estamos seguindo as instruções deste livro; o Senhor deve estar muito zangado com todos nós, porque nem nós, nem os nossos pais que já morreram temos obedecido às ordens de Deus."

14 - Então o sacerdote Hilquias, e Aicão, e Acbor, e Safã, e Asaías foram ao bairro de Jerusalém conhecido como Cidade Baixa procurar a profetisa Hulda. Ela era mulher de Salum - filho de Ticvá e neto de Harás; - Salum era o encarregado do vestiário.

15 e 16 - Ela deu a eles esta mensagem que veio do Senhor Deus de Israel: "Digam ao homem que enviou vocês a Mim, que vou destruir esta cidade e seu povo, assim como declarei naquele livro que ele leu.

17 - Porque o povo de Judá Me abandonou, adorou a outros deuses e Me deixou muito zangado; e o meu furor contra esse povo não pode parar.

18 e 19 - Mas porque o rei ficou triste, preocupado, e se humilhou perante o Senhor quando leu o livro e as advertências de que esta terra seria amaldiçoada e ficaria desamparada, e porque ele rasgou as suas vestes e chorou diante de Mim, Eu ouvirei a oração que ele fez.

20 - A morte desta nação não virá antes da morte do rei - ele não verá o mal que vou trazer sobre este lugar. " Então levaram a mensagem ao rei.

Capítulo 23

2Reis 23



1 e 2 - DIANTE DISSO O rei mandou chamar os homens mais respeitados e outros chefes de Judá e de Jerusalém, para que fossem ao templo com ele. Assim, todos os sacerdotes e profetas e o povo, tanto pequenos como grandes, de Jerusalém e de Judá se reuniram no templo, de modo que o rei pôde ler para eles todo o livro das Leis de Deus, o livro que tinha sido achado no templo.

3 - O rei se colocou em pé junto à coluna diante do povo, e ele e o povo fizeram uma promessa sincera ao Senhor de que obedeceriam a Ele sempre, e fariam tudo quanto o livro mandava.

4 - Então o rei deu ordens ao sumo-sacerdote Hilquias e aos outros sacerdotes, e também aos guardas do templo, para destruírem todos os objetos que eram usados na adoração de Baal, de Aserá, do Sol, da Lua e das estrelas. O rei queimou tudo isso nos campos do vale de Cedrom, fora de Jerusalém, e levou as cinzas para Betel.

5 - Ele matou os sacerdotes dos deuses falsos que os anteriores reis de Judá haviam nomeado, pois esses sacerdotes tinham queimado incenso nas capelinhas de imagens que havia nas montanhas, em toda a terra de Judá e mesmo em Jerusalém. Também os sacerdotes haviam oferecido incenso a Baal, ao Sol, à Lua, às estrelas e aos planetas.

6 - Tirou do templo a imagem vergonhosa de Aserá e a levou para fora de Jerusalém, no córrego Cedrom; ali ele queimou essa imagem, e a reduziu a pó, jogando o pó sobre as sepulturas do povo.

7 - Também derrubou as casas de prostituição de homens localizadas ao redor do templo, onde as mulheres teciam mantos para a imagem de Aserá.

8 - O rei trouxe de volta a Jerusalém os sacerdotes do Senhor que moravam em outras cidades de Judá, e derrubou todas as capelinhas de imagens que havia nas montanhas onde eles haviam queimado incenso. Derrubou, inclusive, aquelas que estão em lugares tão afastados como Geba e Berseba. Além disso ele destruiu as capelinhas de imagens colocadas na entrada do palácio de Josué, o ex-prefeito de Jerusalém. Esse palácio estava localizado à esquerda de quem entra pela porta da cidade.

9 - Contudo, esses sacerdotes que eram conhecidos como sacerdotes dos altos não ofereciam sacrifícios no altar do Senhor em Jerusalém, muito embora comessem com os outros sacerdotes.

10 - Depois o rei destruiu o altar de Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, de maneira que ninguém mais podia usar esse altar para queimar em sacrifício seu filho ou filha ao deus Moloque.

11 - Derrubou as estátuas de cavalos e de carros localizadas perto da entrada do templo. Essa entrada estava próxima do quartel do camareiro Natã-Meleque. Essas estátuas e os carros tinham sido dedicados ao deus Sol, pelos anteriores reis de Judá.

12 - Também o rei derrubou os altares que os reis de Judá haviam construído sobre o terraço do palácio, em cima da sala de Acaz. E destruiu os altares que Manassés tinha construído nos dois pátios do templo. O rei esmigalhou esses altares, e esparramou os pedaços pelo vale do Cedrom.

13 - Em seguida ele retirou as capelinhas de imagens que havia nos montes ao lado leste de Jerusalém, e ao sul do monte da Destruição. Salomão tinha construído essas capelinhas para Astarote, a deusa má dos sidônios; e para Camos, o deus mau dos moabitas; e para Milcom, o deus mau dos amonitas.

14 - O rei esmigalhou as colunas e derrubou as imagens vergonhosas de Aserá; depois ele inutilizou esses lugares, espalhando ossos humanos sobre eles.

15 - Josias também derrubou o altar e a capelinha de Betel que Jeroboão I havia feito quando levou Israel a pecar. As pedras ele reduziu a pó, e queimou a imagem vergonhosa de Aserá.

16 - Quando Josias olhou ao seu redor, notou que havia diversas sepulturas no lado da montanha. Então deu ordens aos seus homens para que tirassem das sepulturas os ossos, e os queimassem sobre o altar de Betel, a fim de deixar impuro esse altar, conforme o profeta do Senhor declarou que aconteceria ao altar de Jeroboão.

17 - "Que monumento é esse ali?" perguntou o rei. E os homens da cidade lhe disseram: "É a sepultura do profeta que veio de Judá, e anunciou que aquilo que o rei acaba de fazer aconteceria aqui ao altar de Betel!"

18 - Então o rei Josias respondeu: "Deixem que fique onde está. Ninguém mexa nos seus ossos". Assim eles não queimaram aqueles ossos, nem os ossos do profeta que veio de Samaria.

19 - Josias demoliu as capelinhas de imagens que havia nas montanhas de toda a região de Samaria. Elas tinham sido construídas pelos diversos reis de Israel, que com isso provocaram a ira do Senhor. Mas agora o rei reduziu a pó todas elas, como havia feito em BeteI.

20 - Ele matou todos os sacerdotes dessas capelinhas, ali mesmo em seus próprios altares, e queimou os ossos humanos sobre os altares, para deixá-los impuros. Depois de tudo isso voltou para Jerusalém.

21 - Então o rei deu ordens para que seu povo realizasse as cerimônias da Páscoa, conforme o Senhor seu Deus ordenou no Livro do Contrato.

22 - Não tinha havido uma celebração da Páscoa como esta desde os dias dos juizes de Israel, e nunca houve outra igual em todos os dias dos reis de Israel e de Judá.

23- Esta Páscoa foi comemorada em Jerusalém, no ano dezoito do reinado do rei Josias.

24 - Josias exterminou também os médiuns e os feiticeiros, e todo tipo de adoração de imagens, tanto em Jerusalém como por toda a terra de Judá, pois queria seguir todas as Leis que estavam escritas no livro que o sacerdote Hilquias encontrou no Templo.

25 - Não houve nenhum outro rei que se voltasse tão completamente para o Senhor e seguisse todas as leis de Moisés; e nenhum rei, desde o tempo de Josias, chegou aos pés dele, em questão de obediência.

26 - Porém o Senhor ainda continuava muito zangado contra Judá, por causa dos maus atos do rei Manassés.

27 - Pois o Senhor tinha dito: "Destruirei a Judá, assim como destruí a Israel; e não aceitarei a cidade de Jerusalém que escolhi, e o templo que Eu disse que seria minha Casa".

28 - O restante da história da vida de Josias está escrito na História dos Reis de Judá.

29 - Naqueles dias Neco, rei do Egito, atacou o rei da Assíria junto ao rio Eufrates. Josias foi contra ele; porém o rei Neco matou a Josias em Megido, quando o viu.

30 - Seus oficiais levaram o seu corpo de volta num carro, de Megido para Jerusalém, e o sepultaram no túmulo que ele havia escolhido. E o povo escolheu a Jeoacaz, filho de Josias, como seu novo rei.

31 e 32 - Novo rei de Judá: Jeoacaz. Sua idade quando subiu ao trono: 23 anos. Duração do reinado: 3 meses, em Jerusalém. Nome da mãe: Hamutal (filha de Jeremias, de Libna). Aspecto geral do seu reinado: mau, como os outros reis que vieram antes dele.

33 - Faraó-Neco mandou prendê-lo na cadeia de Ribla, em Hamate, para não deixar que ele reinasse em Jerusalém, e ainda cobrou um imposto de Judá, no valor de 600 quilos de prata e 60 quilos de ouro.

34 - Então o rei egípcio escolheu a Eliaquim, outro dos filhos de Josias, para reinar em Jerusalém; e trocou o nome dele para Joaquim. Depois ele levou o rei Jeoacaz para o Egito, onde morreu.

35 - Jeoaquim cobrou imposto do povo, para conseguir o dinheiro que Faraó tinha exigido.

36 e 37 - Novo rei de Judá: Jeoaquim. Sua idade quando se tornou rei: 25 anos. Duração do reinado: 11 anos, em Jerusalém. Nome da mãe: Zebida (filha de Pedaías, de Ruma). Aspecto geral do reinado: mau, como os outros reis que vieram antes dele.

Capítulo 24

2Reis 24



1 - FOI NO REINADO de Jeoaquim que Nabucodonosor, rei de Babilônia, atacou Jerusalém. Jeoaquim teve de entregar-se e pagar um imposto ao rei da Babilônia durante três anos, mas depois ele se rebelou.

2 - E o Senhor mandou bandos de caldeus, de sírios e de moabitas contra Judá, a fim de destruir a nação, conforme o Senhor havia avisado por intermédio dos profetas que faria.

3 e 4 - Naturalmente essas calamidades aconteceram a Judá, por ordem direta do Senhor. Ele tinha resolvido eliminar Judá da sua presença por causa dos muitos pecados de Manassés, pois este rei havia enchido de sangue as ruas de Jerusalém, e o Senhor não quis perdoar esse pecado.

5 - O restante da história da vida de Jeoaquim está registrado na História dos Reis de Judá.

6 - Depois que ele morreu, o seu filho Joaquim reinou em seu lugar.

7 - O Faraó do Egito nunca mais voltou depois disso, pois o rei da Babilônia ocupou toda a região que o Egito reclamava para si, toda a terra de Judá, desde o Ribeiro do Egito até o rio Eufrates.

8 e 9 - Novo rei de Judá: Joaquim. Sua idade quando começou a reinar: 18 anos. Duração do reinado: 3 meses, em Jerusalém. Nome da mãe: Neusta (filha de Elnatã, cidadão de Jerusalém).

10 - Foi durante o seu reinado que os exércitos de Nabucodonosor, rei de Babilônia, cercaram a cidade de Jerusalém.

11 - O próprio Nabucodonosor chegou durante o cerco da cidade,

12 - e o rei Joaquim, todos os seus oficiais e a rainha mãe se entregaram a Nabucodonosor. A rendição foi aceita, e Joaquim ficou preso na Babilônia. Isto aconteceu no oitavo ano do reinado de Nabucodonosor.

13 - Os babilônios levaram embora todos os tesouros do templo e do palácio real; e cortaram em pedaços todos os vasos de ouro que Salomão, rei de Israel, tinha colocado no templo, por ordem do Senhor.

14 - O rei Nabucodonosor levou de Jerusalém dez mil prisioneiros, inclusive todos os príncipes e os melhores soldados, os melhores trabalhadores em objetos de arte, e ferreiros. Assim, só ficaram na terra as pessoas muito pobres e sem profissão.

15 - Nabucodonosor levou para a Babilônia o rei Joaquim, suas esposas e seus oficiais, e a rainha-mãe.

16 - Além disso, ele levou sete mil dos melhores soldados, e mil trabalhadores em objetos de arte e ferreiros, todos eles homens fortes e preparados para a guerra.

17 - Então o rei de Babilônia nomeou a Matanias, tio-avô do rei Joaquim, para ser o próximo rei, e mudou o nome dele para Zedequias.

18 e 19 - Novo rei de Judá: Zedequias. Sua idade quando começou a reinar: 21 anos. Duração do reinado: 11 anos, em Jerusalém. Nome da mãe: Hamutal (filha de Jeremias, de Libna). Aspecto geral do reinado: mau, como o reinado de Joaquim.

20 - Assim o Senhor, em sua ira, finalmente destruiu o povo de Jerusalém e de Judá. Mas então o rei Zedequias se rebelou contra o rei de Babilônia.

Capítulo 25

2Reis 25



1 – O REI Nabucodonosor, da Babilônia, reuniu então todo o seu exército e cercou a cidade de Jerusalém, chegando ali no dia 25 de março do nono ano do reinado de Zedequias, rei de Judá.

2 - O cerco continuou até ao ano onze do seu reinado.

3 - O último alimento que havia na cidade foi comido no dia 24 de julho,

4 e 5 - e naquela noite o rei e seus soldados fizeram um buraco no muro interno e fugiram em direção de Arabá, passando por uma porta que existe entre os muros duplos, perto do jardim do rei. Os soldados babilônios que cercavam a cidade saíram atrás do rei e o prenderam nas planícies de Jericó, e todos os seus homens se espalharam.

6 - Zedequias foi levado para Ribla, onde foi julgado e condenado perante o rei de Babilônia.

7 - Foi também obrigado a ver matarem os seus filhos diante dos seus olhos; depois lhe vazaram os olhos e ele foi amarrado com correntes e levado para Babilônia.

8 - O general Nebuzaradã, chefe da guarda real, chegou a Jerusalém, vindo de Babilônia, no dia 22 de julho no ano dezenove do reinado de Nabucodonosor.

9 - Ele pôs fogo no templo, no palácio e em todas as outras casas que tinham algum valor.

10 - Depois dirigiu os trabalhos dos soldados babilônios, que derrubaram os muros de Jerusalém.

11 - O restante do povo da cidade e os judeus desertores que se declararam fiéis ao rei de Babilônia, todos foram levados presos para Babilônia.

12 - Mas os que eram muito pobres ficaram para cultivar a terra.

13 - Os babilônios cortaram em pedaços as colunas de bronze do templo, e também o tanque de bronze e suas bases, e transportaram todo o bronze para Babilônia.

14 e 15 - Também eles levaram todas as panelas, as pás, os braseiros, as espevitadeiras, e os outros instrumentos de bronze para os sacrifícios. Os vasos de ouro e de prata, com o restante do ouro e da prata foram derretidos e transformados em barras.

16 - Era impossível calcular o peso das duas colunas e do grande tanque e

suas bases - tudo feito para o templo pelo rei Salomão - porque eram pesados demais.

17 - Cada coluna tinha mais ou menos oito metros de altura, com uma complicada série de romãs decorando os capitéis de mais ou menos um metro e quarenta centímetros no alto das colunas.

18 - O general levou Seraías, o sumo sacerdote, seu ajudante Sofonias e os três guardas do templo para a Babilônia, como prisioneiros.

19 - Um comandante do exército de Judá, o oficial encarregado da convocação dos soldados, cinco dos conselheiros do rei, e sessenta lavradores, todos descobertos escondidos na cidade, foram levados pelo general Nebuzaradã à presença do rei de Babilônia em Ribla,

21 - onde todos foram mortos à espada. Assim Judá foi levado como escravo para fora de sua terra.

22 - Então o rei Nabucodonosor nomeou a Gedalias, filho de Aicão e neto de Sofã, como governador do povo que ficou em Judá.

23 - Quando os soldados guerrilheiros de Israel souberam que o rei de Babilônia tinha nomeado a Gedalias como governador, alguns desses chefes da resistência e seus homens vieram encontrar-se com ele em Mispa. Dentre eles estavam: Ismael, filho de Netanias; Joanã, filho de Careá; Seraías, filho de Tanumete, o Netofatita; e Jezanias, filho do maacatita, e os seus homens.

24 - Gedalias prometeu a eles que se se entregassem e se submetessem aos babilônios, poderiam morar na terra e não seriam levados para fora do país como escravos.

25 - Contudo, sete meses depois, Ismael, que era membro da família real, foi a Mispa com dez homens, e matou a Gedalias e todos os que estavam com ele, tanto judeus como babilônios.

26 - Nessa ocasião todos os homens de Judá e os chefes guerrilheiros fugiram apavorados para o Egito, porque tinham medo do que os babilônios fariam a eles.

27 - O rei Joaquim foi posto em liberdade no dia vinte e sete do último mês do ano trinta e sete de sua prisão. Isto aconteceu no primeiro ano do reinado de Evil-Merodaque, rei de Babilônia.

28 - Ele tratou Joaquim com bondade, e deu a ele tratamento melhor do que o tratamento dado a todos os outros reis que estavam presos na Babilônia.

29 - Joaquim recebeu roupas novas para substituir as suas roupas de prisioneiro, e enquanto viveu, comia regularmente à mesa do rei.

30 - O rei também deu a ele uma verba diária em dinheiro, durante o restante dos dias de sua vida.